Investigação do MP sobre morte de Eliseu Santos deve ser concluída na próxima semana
Declarações do promotor Eugênio Amorim desgostaram cúpula da Polícia Civil
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O promotor reforçou as críticas feitas na segunda-feira à Polícia Civil. Ele afirmou não “acreditar mais na idoneidade” da instituição. O representante do MP ironizou o pedido feito pelo delegado Heliomar Franco, titular da Delegacia de Furto e Roubos de Veículos (DFRV), à juíza Vanessa Gastal de Magalhães, da 1ª Vara Criminal, solicitando autorização para fazer gravações sem o conhecimento do acusado. Para o promotor, o delegado usou o crime de roubo de carros para pedir a autorização na Vara errada. “A juíza da 1ª Vara Criminal não tem competência para sobre um processo de homicídio”, afirmou Amorim. “Ele (delegado) pediu nessa Vara pois sabia que aqui, na 1ª Vara do Júri, não ganharia, pois o caso é tratado como homicídio."
As declarações de Amorim desgostaram a cúpula da Polícia Civil. O subchefe de Polícia, delegado Álvaro Steigleder, considerou que ele está generalizando nos seus comentários, além de criar um clima entre as instituições que investigam a morte do ex-secretário Eliseu Santos "que não condiz com a realidade". A crítica do promotor foi infeliz e inadequada, classificou Steigleder. “Podemos não acreditar em um determinado promotor, mas no MP, nós (Polícia Civil) acreditamos”, respondeu Steigleder. “Só não nos manifestamos porque temos educação, algo que nem todos têm."
O vídeo, foi enviado pela Polícia à Justiça para ser anexado ao inquérito. Nas imagens aparece um dos acusados de integrar o trio que atacou o ex-secretário municipal da Saúde, Eliseu Santos, afirmando que o grupo pretendia roubar o carro da vítima. “O delegado agiu de má fé”, acusou o promotor. “Ninguém, a não ser que tenha alguma vantagem, vai confessar latrocínio, cuja pena é mais alta do que homicídio”.
No entanto, o promotor disse que ainda é estudado se será pedido a retirada da fita dos autos. Como quem julga são os jurados, salientou Amorim, existe a possibilidade da gravação ser mantida. Tirá-la, disse o promotor, poderia causar uma impressão errada para os jurados. Ainda não houve uma reunião para decidir isso.