Investigadores tentam concluir hoje o perfil do atirador que provocou tragédia no Rio

Investigadores tentam concluir hoje o perfil do atirador que provocou tragédia no Rio

Pelo menos oito das 12 vítimas serão sepultadas nesta sexta-feira

Agência Brasil

Investigadores tentam concluir hoje o perfil do atirador que provocou tragédia no Rio

publicidade

O perfil do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ainda é desconhecido para as autoridades do Rio de Janeiro. As investigações sobre o jovem, que provocou uma das piores tragédias ocorridas no País, serão intensificadas nesta sexta-feira. Parentes, amigos e vizinhos de Oliveira prestarão depoimentos, além de funcionários e estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio – onde ocorreu uma série de mortes.

• Leia mais sobre o massacre


Investigações preliminares indicam que Oliveira apresentava um comportamento estranho nos últimos meses, desde que a mãe adotiva morreu, no ano passado. O pai já havia morrido. De acordo com os relatos, o atirador era introvertido e gostava de passar longas horas em frente ao computador navegando na internet.

Filho de mãe com problemas mentais que tentou o suicídio, ele era o caçula de cinco filhos e foi adotado ainda criança. Tímido e retraído, segundo vizinhos, o atirador fazia poucas referências sobre a vida pessoal. Um dos relatos de conhecidos dele informa que Oliveira mudou a aparência nos últimos meses, passando a usar basicamente roupas pretas.

Em uma carta, o atirador demonstra ter premeditado o crime, pois faz recomendações sobre como quer ser sepultado e o que deve ser feito com uma casa que deixou em Sepetiba, na zona Oeste do Rio. Também pede perdão a Deus pelo ato que iria cometer, dando a entender que havia planejado detalhes da ação.

Na quinta-feira, policiais encontraram a casa de Oliveira, em Sepetiba, revirada com o computador e eletrodomésticos queimados. Para alguns policiais,ele destruiu possíveis provas ou indícios que pudessem colaborar nas investigações. O último emprego de Oliveira foi como funcionário de uma fábrica de salsichas e ele pediu demissão no ano passado.

Sepultamento das vítimas

Nesta sexta-feira, serão realizados os velórios e enterros de pelo menos oito dos 12 mortos durante o massacre. Por determinação da presidenta Dilma Rousseff, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Educação, Fernando Haddad, além da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, devem comparecer às cerimônias.

Uma das alunas da escola contou aos policiais que ao ouvir apelos das crianças para não atirar, Oliveira mirava na direção das meninas, tendo como alvo a cabeça. Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.

Os mortos, cujos nomes foram divulgados após identificação pelos peritos, são: Karine Chagas de Oliveira, 14 anos; Rafael Pereira da Silva, 14 anos; Milena dos Santos Nascimento, 14 anos; Mariana Rocha de Souza, 12 anos: Larissa dos Santos Atanázio, 13 anos; Bianca Rocha Tavares, 13 anos; Luiza Paula da Silveira, 14 anos; Laryssa Silva Martins, 13 anos; e Géssica Guedes Pereira, 15 anos.

Ainda hoje deve ser concluída a identificação das demais vítimas. A tragédia ocorreu por volta das 8h30min, quando Oliveira entrou na escola municipal, onde cursou o ensino fundamental, apresentando-se como palestrante. Depois, ele seguiu em direção às salas de aula e em uma delas, no segundo andar do colégio, atirou na direção das crianças e adolescentes.


Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895