Jovem aproveitou saída dos pais para executar atentado e almoçou após tragédia, diz polícia do ES

Jovem aproveitou saída dos pais para executar atentado e almoçou após tragédia, diz polícia do ES

Autoridades dizem que jovem era introspectivo, simpatizante de ideias nazistas e fazia acompanhamento psicológico e psiquiátrico

R7

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A Polícia Civil do Espírito Santo afirmou na manhã desta segunda-feira que o adolescente que planejou e executou o atentatado que matou quatro pessoas e deixou ao menos 12 feridos na cidade de Aracruz, na sexta-feira, se aproveitou da saída dos pais de casa para manusear duas armas do pai e sair para cometer a ação. Além disso, segundo o delegado responsável pelo caso, o jovem almoçou com os pais após a tragédia.

"O pai e a mãe saíram uma hora antes dele para ir ao centro de Aracruz fazer compras e isso demandaria tempo, então, ele aproveitou esse momento para cometer o atentado. Ele se apossou de objetos no interior da casa, em especial das duas armas de fogo. Depois, cobriu as placas dos veículos", diz o delegado André.

Depois dos ataques, ele retornou para casa e os pais chegaram. "Ele reage naturalmente, como uma rotina comum da família, almoçam e vão a uma segunda casa", diz a investigação. "No primeiro momento, ele nega o ato, mas, logo em seguida confessou e retornou com os policiais para que pudéssemos apreender todos os objetos". 

Adolescente que atirou em escolas fazia acompanhamento com psicólogo, diz polícia

Segundo a polícia, o adolescente afirmou que teria sofrido bullying. Com isso, a partir de 2020 ele começou a planejar como executaria essa ação. "Isso foi alimentando esse sentimento de ódio. Ele fazia acompanhamento com psicólogo e psiquiatra". Ele era introspectivo, falava pouco com a família, disse a polícia.

Em relação à dinâmica das ações, a polícia diz ainda que ele decidiu que no momento em que tivesse oportunidade se apossaria de duas armas de fogo na casa para cometer esse atentado em duas escolas mais próximas de sua casa. Para isso, sempre que tinha oportunidade, ele manuseava as armas sem conhecimento dos familiares a fim de criar familiaridade com os equipamentos.

O delegado diz ainda que ao invadir a primeira escola, o adolescente rompeu um cadeado, chegou ao segundo portão, rompe o segundo cadeado e se aproximou das portas dos fundos, com a pistola entra na sala dos professores disparando e esgota das munições.

A polícia apurou que ele sai da instituição pelo mesmo caminho que entrou e seguiu para a segunda escola a cerca de um quilômetro de distância. No segundo colégio, o portão principal estava aberto e ele teve acesso ao hall de entrada se utilizando do revólver já que a munição da pistola tinha se esgotado.

Os estudantes em pé correram para o interior da sala e se trancaram. Ele efetuou novos disparos em uma segunda sala de estudantes, voltou ao carro pelo lado do motorista e foi a um local mais ermo. Na volta, ele colocou os objetos nos locais que estavam em casa, as armas, o veículo e ficou no interior da casa, esperando a chegada dos pais. Segundo a polícia, os pais sabiam do atentado, mas, até aquele momento, desconheciam a autoria.  


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