Juíza dissolve corpo de jurados em julgamento de acusados de atacar judeus

Juíza dissolve corpo de jurados em julgamento de acusados de atacar judeus

Sessão teve complicações, com homem que pediu para testemunhar e, em seguida, recusou-se a responder perguntas

Felipe Samuel

Sessão teve complicações, com homem que pediu para testemunhar e, em seguida, recusou-se a responder perguntas

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A juíza Cristiane Busatto Zardo resolveu dissolver o Conselho de Sentença (o corpo de jurados), nesta sexta-feira, e cancelar o júri dos réus Daniel Vieira Spark, Israel Andriotti da Silva e Marcelo Moraes Cecílio, no plenário da 2ª Vara do Júri do Foro Central I, em Porto Alegre. A magistrada tomou a decisão no segundo dia do julgamento, após os trabalhos se estenderem por mais de 11 horas. A juíza disse esperar que a data em que ocorreria o terceiro julgamento seja usada para os três réus.

A decisão de Cristiane ocorreu por conta da declaração de um jurado que disse não ter condições de continuar no julgamento. O caso começou a ficar complicado quando um homem interrompeu a sessão e pediu para prestar depoimento. Ele chegou a ser réu no processo que resultou nesse júri, mas foi excluído. A juíza, então, consultou os jurados que aceitaram ouvir o rapaz, apesar de as testemunhas serem indicadas com antecedência.

No entanto, ele mudou de ideia e preferiu não se manifestar, respondendo a apenas duas perguntas. Do lado de fora da sala do júri, o rapaz teria feito comentários sobre os outros réus, inclusive o que estava sendo julgado naquele momento. Os jurados tomaram conhecimento e se reuniram para decidir a continuação ou não o júri, que acabou anulado.

Os três réus são acusados de tentativa de homicídio triplamente qualificado. O crime ocorreu na madrugada de 8 de maio de 2005, no bairro Cidade Baixa, na Capital, quando um judeu foi espancado e esfaqueado. Em setembro, Laureano Vieira Toscani, Fábio Roberto Strum e Thiago Araújo da Silva foram condenados pelo mesmo crime, com penas entre 12 e 13 anos de reclusão. Laureano e Fábio tiveram o direito de recorrer em liberdade. Segundo o Tribunal de Justiça, o julgamento dos últimos três réus, Valmir Dias da Silva Machado Júnior, Leandro Maurício Patino Braum e Leandro Comaru Jachetti, poderá ocorrer em março de 2019.


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