Julgamento de anestesista filmado estuprando paciente começa nesta segunda-feira

Julgamento de anestesista filmado estuprando paciente começa nesta segunda-feira

Se condenado, Giovanni Quintella Bezerra pode pegar até 15 anos de prisão; médico também é acusado de outros cinco abusos

R7

Giovanni Quintella Bezerra está preso desde julho

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O julgamento de Giovanni Quintella Bezerra, o anestesista acusado de estuprar uma paciente sedada na sala de parto do Hospital da Mulher, na Baixada Fluminense, começou nesta segunda-feira (12), no Fórum de São João de Meriti. 

Preso no Complexo Penitenciário de Gercino, em Bangu, na zona oeste do Rio, Giovanni está em uma cela individual, devido a ameaças. O médico virou réu em julho. Além do estupro filmado durante o parto, a polícia investiga outros casos. O inquérito mostrou que o anestesista usou sete doses de sedativo na paciente.

A audiência vai ser dividida em vários dias, e a decisão deve sair em até dois meses. O processo tramita em segredo de Justiça, para não expor a vítima, e por isso a audiência não será aberta ao público nem à imprensa. 

Primeiro, serão ouvidos a vítima e seu marido. Depois, oito testemunhas de acusação e, em seguida, as oito testemunhas de defesa.

Na sequência, abre-se espaço para esclarecimento da perícia e, por último, o depoimento do anestesista, que vai participar da audiência por videoconferência para evitar que a sua presença intimide a vítima ou as testemunhas. 

A Defensoria Pública alegou que a gravação do vídeo, feita pelas enfermeiras, é ilegal, pois foi feito sem conhecimento dos envolvidos nem autorização da polícia ou do MP (Ministério Público). O argumento, no entanto, não foi aceito pela Justiça.

Na decisão, foi afirmado que crimes como esse são cometidos às escondidas e que a vítima, sedada de forma exagerada pelo agressor, não teria condições de denunciar o fato nem depor a respeito. Além disso, a gravação foi feita por profissionais da saúde que tinham o dever de agir em defesa da paciente. 

A defesa também chegou a pedir que Giovanni Bezerra aguardasse o julgamento em liberdade e pediu a realização de um teste de sanidade do cliente, sob o argumento de que o médico tem transtornos psicológicos na família e fazia uso de medicamentos que aumentam o desejo sexual. Ambos os pedidos foram negados.  

O médico vai ser julgado pelo crime de estupro de vulnerável. Se condenado, a pena pode chegar a 15 anos de prisão. Além desse caso, ele é acusado de outros cinco abusos sexuais. Dois deles no mesmo dia em que o vídeo foi gravado e no mesmo hospital.

 


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