Justiça de Santa Maria condena professor por distribuir pedofilia em organização internacional

Justiça de Santa Maria condena professor por distribuir pedofilia em organização internacional

Homem detido em 2014 também foi sentenciado por estupro de duas crianças da sua família

Correio do Povo

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Um professor acusado de intergrar organização internacional de produção de conteúdos com pornografia infantil foi condenado, nesta sexta-feira, pela 2ª Vara Federal de Santa Maria. Ele foi julgado por produzir e divulgar dezenas de fotografias e vídeos e recebeu pena de mais de 65 anos de reclusão, abrangendo o crime de estupro de vulnerável. A sentença é do juiz federal Jorge Luiz Ledur Brito.

O acusado foi preso em outubro de 2014 na cidade gaúcha de São Vicente do Sul. Na época, ele iria começar um novo trabalho no cargo de professor em uma escola de educação infantil. Cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), mas o réu não poderá apelar em liberdade.

O caso começou a ser investigado a partir das informações obtidas durante a Operação Downfall I e II, deflagrada pela Força Tarefa Internacional de Combate a Crimes Contra Crianças e promovida pelo FBI (Federal Bureau of Investigation). A organização criminosa atuava em ambiente virtual anônimo e criptografado, na chamada "deep web". Os membros se apresentavam com condinomes e mantinham contatos freqüentes.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ingresso de novas pessoas no fórum virtual, chamado de “The True Zone”, era condicionado à produção de materiais inéditos e controlado pelos administradores. O principal deles era um homem que foi preso em 2014, na Austrália, com mais de 100 mil fotografias e 600 vídeos de abuso sexual infanto-juvenil.

De acordo com a denúncia, o brasileiro teria feito mais de 390 postagens no grupo, distribuindo, na condição de ‘produtor’, centenas de fotografias e vídeos contendo cenas de sexo explícito e imagens pornográficas envolvendo crianças. Para o MPF, as imagens teriam sido obtidas mediante estupro.

O autor da denúncia também afirmou que o homem manteve conjunção carnal e praticou atos libidinosos com duas crianças da família. Na época, uma delas estava com seis e a outra com oito anos de idade. Os crimes foram documentados, e os registros fotográfico e audiovisual compartilhados com os demais membros da organização criminosa. Elogiado pelos usuários do fórum pela “qualidade”, o material era utilizado para ascender dentro da organização.

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