Justiça decreta prisão de três envolvidos em assalto de Cotiporã

Justiça decreta prisão de três envolvidos em assalto de Cotiporã

Polícia apurou identidade de quatro supostos participantes, mas um deles não foi reconhecido por vítimas

Correio do Povo

publicidade

A 2ª Vara Criminal de Bento Gonçalves decretou, nesta sexta-feira, a prisão preventiva de três suspeitos do assalto à fábrica de joias de Cotiporã na madrugada do último domingo. Dos quatro suspeitos identificados pela polícia, estes foram os devidamente reconhecidos pela família feita refém durante a sua fuga. A informação foi confirmada pelo delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva, de Caxias do Sul. Outros três participantes morreram em confronto com a Brigada Militar e um outro envolvido não teve a identidade confirmada pelas investigações.

"A prisão foi decretada em cima do fato da segunda família que ficou refém, aquelas nove pessoas levadas para o matagal", detalhou o delegado. Durante os depoimentos das vítimas, o quarto suspeito, conforme a Polícia Civil, não pode ter a confirmação visual dos reféns. "Os quatro que levaram também a primeira família estiveram sempre juntos", salientou Paulo Roberto. "Em 2009, o elemento que não teve reconhecimento positivo participou de roubo em outra fábrica e foi condenado a 12 anos de prisão. Ele também é procurado pela polícia por não se apresentar no regime semi-aberto em São Leopoldo", comento, antes de acrescentar que seguem as investigações para encontrar todos os foragidos.

A Polícia também investiga o roubo de um automóvel, às 9h dessa sexta-feira, na cidade de Serafina Corrêa, que teria ligação com os assaltantes. Dois homens, com armas semelhantes as usadas em Cotiporã, pegaram o veículo e rumaram em direção à cidade de Casca, onde o carro foi abandonado. A Polícia também pediu exames de DNA no Tiida, apreendido na última quarta-feira. O resultado deve demorar pelo menos dez dias.

Em Cotiporã, policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) de Porto Alegre vasculham a área em busca de um quinto homem, que ainda não foi identificado. As autoridades consideram a possibilidade de ele ter sido o motorista do Tiida, que teria pego os cúmplices, em Bento Gonçalves, na terça-feira. “Mas, ainda não temos confirmação se ele (suspeito) está na mata ou já saiu do local”, disse o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, nesta tarde, em entrevista coletiva, na sede da secretaria, na Capital.

Considerado um dos episódios mais marcantes da crônica policial gaúcha, Michels afirmou que a operação teve um resultado importante: reféns sairam ilesos, fator prioritário para as instituições de segurança pública. “Quantos sequestros acabam com a morte das vítimas?”, questionou o secretário. “Essa orientação acabou por atrasar a operacionalidade da ação e, consequentemente, permitindo a fuga do quarteto”, analisou.

Na quinta-feira, informou o secretário, a família Buratti recebeu a visita de equipes da Secretaria da Saúde e já está tendo apoio psicológico dos especialistas. O mesmo ocorreu com as pessoas que foram mantidas reféns, em Bento Gonçalves. “Agora, a tarefa é localizar os fugitivos identificados”, afirmou. “Haverá expansão das investigações, até para localizar outros criminosos que atuam como a quadrilha que foi desarticulada.”

Para o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Roberto de Abreu, que também participou da coletiva, o mais importante foi flagrar a ação do grupo e poder intervir no momento certo. A ação foi articulada em conjunto com a Polícia Federal, Civil, possibilitando definir o momento certo da ação.

O chefe de Polícia interino, delegado Ênio Gomes de Oliveira, também integrante da coletiva, a instituição já vinha trabalhando na identificação da quadrilha, tanto que duas semanas antes do ataque a Cotiporã, dois integrantes do grupo foram presos. “Pedimos à população usar o 181 (disque denúncia) para denunciar qualquer fato suspeito”, disse Oliveira.



Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895