Justiça torna réus e mantém presos preventivamente PMs acusados de torturar casal em NH

Justiça torna réus e mantém presos preventivamente PMs acusados de torturar casal em NH

Agressores foram filmados asfixiando vítimas com um saco plástico; denúncia ainda cita roubo e ameaça

Rádio Guaíba

Policiais colocaram saco plástico na cabeça das vítimas

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O Judiciário recebeu, nesta quarta-feira, a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) contra dois PMs acusados de torturar, roubar e ameaçar um casal em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Além de tornar os militares réus, a Justiça manteve a prisão preventiva da dupla.

A promotora de Justiça Militar Anelise Grehs, que denunciou os PMs no início da semana, lembra que, na noite de 1º de janeiro, ambos abordaram o casal com uma pistola, a fim de obter uma informação.

Acompanhadas de dois amigos em frente a um bar, as vítimas, sem antecedentes criminais, foram surpreendidas pelos militares. Em sequência à abordagem, os dois amigos foram liberados e lá, as vítimas permaneceram, sozinhas, com os dois PMs e a porta fechada. Os denunciados entraram procurando por drogas e dinheiro, quebrando tudo no estabelecimento, e obrigaram as vítimas a deitarem no chão, dizendo ao homem: “melhor tu falar, se nós achar, tu vai apanhar”.

Os denunciados algemaram o homem, colocado de joelhos, agredido e asfixiado com um saco de plástico enquanto era questionado sobre a localização de drogas e de dinheiro. Com a vítima quase desmaiando, os denunciados tiraram o saco da cabeça dele e insistiram nos questionamentos, passando a asfixiar a mulher, usando a mesma tática. Em seguida, os denunciados perceberam estar sendo filmados e saíram correndo do local, deixando uma pistola e um colete balístico em cima da mesa, mas levando bebidas e R$ 250 em espécie.

Posteriormente, os policiais retornaram ao estabelecimento comercial para pegar a pistola e o colete balístico e ameaçaram as vítimas, batendo com a pistola no peito do homem e dizendo: “se o vídeo vazar, vocês estão mortos”.

Além de denunciar os dois policiais, o MPRS pediu que seja decretada a perda do cargo dos denunciados e a interdição para o exercício da profissão pelo dobro do prazo da pena aplicada.


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