Lacrada financeira de fachada que aplicava golpes na Capital

Lacrada financeira de fachada que aplicava golpes na Capital

Pelo menos 100 vítimas foram lesadas pela autolocadora de veículos na zona Norte de Porto Alegre

Jimmy Azevedo / Rádio Guaíba

Operação prende estelionatários na zona Norte

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A Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic) e o Procon de Porto Alegre interditaram uma autolocadora de veículos, no bairro Navegantes, depois que a Delegacia de Proteção ao Consumidor, vinculada à Policia Civil, efetuou a prisão preventiva de nove pessoas suspeitas de estelionato que agiam no estabelecimento. Pelo menos 100 clientes foram lesados pelo golpe.

A autolocadora já vinha sendo alvo de denúncias no Procon e ainda funcionava sem o alvará adequado. Segundo o titular da Smic, Valter Nagelstein, em vez de atuar só no ramo de locação de veículos, o estabelecimento vinha oferecendo consórcios e venda de carros e imóveis por cota, sem a devida autorização.

Vítimas

O marceneiro aposentado Celmar Saldanha foi um dos que procurou o Procon depois de assinar um contrato de compra de um veículo prometido para 20 dias efetuando, na data do contrato, o pagamento de 10% do valor do automóvel, correspondendo a mais de R$ 3 mil. Depois de 30 dias, o veículo não foi entregue.

Saldanha entrou em contato com a loja e foi informado de que precisava pagar a primeira mensalidade para poder receber o carro. Suspeitando de golpe, ele registrou queixa. “Os casos se repetiram. Esta empresa submetia os consumidores à assinatura de um contrato sem clareza e de difícil compreensão até mesmo para o cidadão instruído”, esclarece o diretor executivo do Procon Porto Alegre Omar Ferri Júnior.

Em operação pela manhã, a Delegacia do Consumidor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão na autolocadora. Por meio de anúncios em jornais, a quadrilha oferecia facilidades nas parcelas de carros novos e semi novos.

Os interessados não precisavam apresentar contra-cheque ou comprovante de residência, bastando assinar um pré-contrato com a empresa. As vantagens oferecidas pelos criminosos incluíam compras parceladas em até 100 vezes.

"Nós temos pelo menos 100 casos de vítimas desta quadrilha que atuava há pelo menos um ano, em Porto Alegre", disse a delegada Patrícia Sanchotene. Durante a operação, denominada Castelo de Ar, foram apreendidos três veículos, computadores e documentos. Os presos vão ser indiciados por formação de quadrilha e estelionato.

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