Laudo indica que homem morto por PM em MG estava sob efeitos de drogas

Laudo indica que homem morto por PM em MG estava sob efeitos de drogas

Advogada criminalista explica que avaliação do caso precisa ser feita com análise conjunta de todas as provas

R7

Laudo indicou efeito de drogas

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O laudo toxicológico do homem morto por um policial militar na Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, identificou traços de bebida alcoólica, maconha e cocaína no organismo da vítima.

O advogado Berlinque Cantelmo, defensor do militar responsável pelo disparo, acredita que o exame confirma a versão apresentada pelos policiais. “Ele traz consigo a conotação de todo comportamento desordenado, desequilibrado e violento apresentado por parte da suposta vítima”, disse.

Consultada pela reportagem, a advogada criminalista Carla Silene explica que o laudo não muda a investigação, mas serve como peça do processo.

"O juiz não está preso ao laudo. Ele tem que avaliar todo o conjunto de provas apresentado e, a partir disso, tentar reproduzir na mente dele o que aconteceu para que ele diga qual é a lei que se aplica ao caso concreto. O fato dele estar com substâncias tóxicas no organismo, não significa por si só que era autorizada aquela violência que nós presenciamos pelas imagens apresentadas”, avaliou a especialista.

O policial foi ouvido pelo Ministério Público de Minas Gerais. De acordo com a defesa, o depoimento durou cerca de três horas. O advogado Berlinque Cantelmo informou que o militar garantiu que foi desacatado e que várias pessoas haviam ligado para o 190 para denunciar que Marcus Vinícius Vieira Couto, de 29 anos, estava armado no local.

Entenda o caso

Marcus Vinícius Vieira Couto, de 29 anos, foi morto a tiros no dia 16 de julho, na Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, durante uma abordagem policial.

Vídeos mostram o momento em que Couto é rendido pelos militares. Ele está cercado por PMs e moradores. O policial armado puxa o homem e o retira de perto das pessoas.

Na sequência, o homem conversa com o PM e é levado para trás de uma Kombi estacionada na rua, momento em que foi baleado e morto.

Os militares alegam que Couto reagiu à abordagem e tentou tomar as armas dos policiais. A família do jovem nega a versão. Os agentes ainda explicaram que o homem foi apontado por moradores como traficante.

Um mês depois, a perícia concluiu a análise dos vídeos. O laudo  apontou que as imagens não mostram a vítima tentando tomar a arma do policial.

A perícia também esclarece que tanto a ação do militar quanto a reação da vítima não foram registradas nas imagens. O caso segue em investigação.


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