Licitações de termelétrica gaúcha são investigadas pela polícia

Licitações de termelétrica gaúcha são investigadas pela polícia

CGTEE teria relações com empresas de fachada

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Operação Antracito foi deflagrada na manhã desta quarta-feira

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A operação Antracito, deflagrada na manhã desta quarta-feira em cinco cidades gaúchas, investiga fraudes em licitações da subsidiária da Eletrobrás, a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE). A Polícia Civil irá intimar 10 pessoas por suspeita de crimes contra a administração pública, segundo informou o titular da Delegacia Fazendária, delegado Joeberth Nunes, em coletiva de imprensa.

"A investigação começou em fevereiro de 2015 com a indicação de diversos casos de burla do processo licitatório dentro da CGTEE. Nós acionamos a Controladoria Geral da União e descobrimos que as fraudes datam de 2012. Apuramos que agentes públicos estavam promovendo despesas indevidas dentro da empresa. É preciso esclarecer que compras de até R$ 16 mil não precisam ser licitadas, mas o que este grupo fazia era adquirir um serviço ou um produto em um valor maior e fracioná-lo, justamente para não licitar", explicou o delegado Nunes.

De acordo com o delegado, o expediente era usado para beneficiar uma empresa específica. No entanto, "durante o processo de investigação descobrimos a relação da CGTEE com companhias de fachada", disse Nunes. Ele afirmou que ao longo da investigação deve ser comprovado a relação de empregados públicos com sócios dessas empresas. "Uma dessas companhias foi averiguada por nós. Encontramos uma casa muito simples em Alvorada e queremos saber se a residência abriga de fato uma empresa habilitada para vender suprimentos para CGTEE. Temos também o vínculo da dona da casa com funcionários", declarou. 

O delegado relatou que a operação de hoje não teve prisões porque a Polícia Civil entendeu que não tinha requisitos suficientes para deter pessoas. "Nós teremos de averiguar os documentos apreendidos na CGTEE de Porto Alegre e de Candiota. Somente a partir daí, com a ajuda de auditores da Controladoria Geral da União, nós poderemos encaminhar alguma detenção se for necessário e até chegar ao valor do prejuízo causado", completou. 

A ofensiva cumpriu mandados de busca e apreensão em Alvorada, Bagé, Candiota, Pelotas e Porto Alegre. O diretor financeiro da CGTEE, Clovis Ilgenfritz, afirmou que a operação não tem fundamento e que a suspeita de desvios é absurda. "Isso é pura cena de setores que querem aparecer e querem prejudicar a imagem da Eletrobrás. Não podemos aceitar que um monte de gente venha vasculhar coisas sem suspeita de nada. Não tem suspeita de irregularidade", declarou.

Assista ao vídeo da operação:



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