Médico vítima de tentativa de assassinato pedirá medidas protetivas
Carlos Arpini denunciou irregularidades no Hospital Centenário São Leopoldo
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Arpini foi atacado por pelo menos duas pessoas ao chegar em casa. Uma delas dominou o médico e a outra o esfaqueou, em um dos braços. A polícia, segundo a vítima, entende que o uso de faca, em vez de uma arma de fogo, sugere uma tentativa de intimidação.
Nas denúncias feitas ao Ministério Público, Arpini questionou o custo da obra da troca do telhado do Centenário: R$ 2,8 milhões para 6,2 mil m². Segundo ele, não há motivo para a intervenção custar mais que R$ 900 mil. Material reunido por ele desde 2009 ainda mostra que houve abonos do ponto para chefias médicas e superfaturamento no setor de compras.
Arpini compareceu à 3ª Delegacia de Polícia (DP) de São Leopoldo, na manhã desta quinta, onde efetuou o registro do ataque sofrido. O delegado Alencar Carraro decidiu encaminhar cópia da ocorrência à Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Fazenda Estadual (Defaz), que anunciou recurso ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar políticos envolvidos nas denúncias contra instituições públicas de São Leopoldo, incluindo o Hospital Centenário.
Carraro também vai remeter à Defaz outras duas ocorrências que entende estarem relacionadas ao grupo que atacou o diretor. Uma envolve o filho de um agente da 3ª DP de São Leopoldo, que pode ter sido perseguido pelos mesmos criminosos. O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Social do município, Marco Pinheiro, também está sob ameaça. Segundo o delegado, um veículo suspeito vem sendo visto cruzando com frequência em frente à casa do servidor. No fim do ano passado, Pinheiro divulgou um dossiê com denúncias envolvendo 16 empresas que tinham contrato com a administração entre 2005 e 2011.