Madrasta do menino Miguel chega em Imbé para reconstituição do crime que matou a criança

Madrasta do menino Miguel chega em Imbé para reconstituição do crime que matou a criança

Morto no fim de julho, o corpo da criança nunca foi encontrado

Correio do Povo

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Detida no Presídio Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre, a madrasta do menino Miguel, Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23 anos, chegou nesta segunda-feira por volta das 17h30 na Delegacia de Polícia de Imbé para a reconstituição do crime que chocou o litoral norte gaúcho. Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, desapareceu no fim de julho. A investigação apontou assassinato da criança. Bruna e a mãe do pequeno, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, estão presas após a criança ter sido jogada na noite de 29 de julho na beira do rio Tramandaí, em Imbé.

Antes que o sol se pusesse na avenida Paraguassu, poucos curiosos se juntavam do outro lado da rua da delegacia. Entre os muitos carros que passavam pela movimentada via, dava para se ouvir gritos de "tem que matar" e "assassina" em direção de Bruna, a única que participaria da Reprodução Simulada dos Fatos (RSF), como é conhecido o trabalho. A defesa de Yasmin decidiu que a mãe do garoto não estivesse na reconstituição. Somente após novo depoimento de Bruna ao delegado Antônio Carlos Ractz Júnior é que a RSF começaria, conduzida pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), Polícia Civil (PC) e Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).

O cronograma da reconstituição consistia em escolta de Bruna à rua Sapucaia, no apartamento alugado onde morou com Yasmin e Miguel. Ali, dois policiais civis fariam os papéis das adultas e um boneco com o mesmo peso e altura do menino representando a vítima. Segundo o depoimento da madrasta, à época da prisão, Miguel foi agredido pela mãe em 27 de julho dentro do imóvel. Ele chegou a ser dopado e trancafiado, mesmo que desacordado até o dia seguinte, quando morreu. O menino foi colocado dentro de uma mala de viagem e jogado no mar, já na madrugada do dia 29.

Após 48 dias ininterruptos, em 14 de setembro, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) encerrou as buscas pelo corpo do menino na orla entre Mostardas e Torres. Bruna e Yasmin foram denunciadas pelo MPRS, sendo acusadas de tortura, homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.

As primeiras audiências sobre o caso estão marcadas para os dias 18 e 19 de novembro, na 1ª Vara Criminal de Tramandaí. Mais de vinte pessoas devem ser ouvidas pelo juiz.


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