Maior metralhadora apreendida no Rio é um "canhão" capaz de partir um veículo ao meio

Maior metralhadora apreendida no Rio é um "canhão" capaz de partir um veículo ao meio

Arma foi utilizada em 2016 para matar chefe de facção que atuava no Brasil e no Paraguai

AE

Metralhadora Browning.50 apreendida no Rio de Janeiro na quarta-feira

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A maior metralhadora apreendida no Rio de Janeiro é um "canhão", capaz de cortar um carro blindado ao meio. Foi o que ocorreu 2016, quando foi usada na guerra do tráfico na fronteira com o Paraguai. Na noite de 15 de junho, Jorge Rafaat, o chefão de uma facção binacional do eixo Pedro Juan Caballero-Ponta Porã, foi assassinado a tiros. Ele viajava em um utilitário Hammer, couraçado com placas cerâmicas (um tipo sofisticado de blindagem) quando foi atingido pelos disparos de uma Browning.50 montada sobre a caçamba de uma caminhonete. O Hammer foi partido em dois.

Policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) do Rio apreenderam na quarta-feira a metralhadora Browning.50. Trata-se do maior armamento já apreendido no Estado do Rio de Janeiro. Desenhada em 1919 e em produção regular nos Estados Unidos há 85 anos, a arma é usada em cerca de 120 Forças Armadas do mundo todo. O fabricante, General Dynamics, mantém o projeto "robusto e confiável" em "constante desenvolvimento". Cada uma das Browning.50 na versão M2HB, a mais avançada, não sai por menos de 15 mil dólares - a preço de catálogo. No mercado negro, o valor pode chegar a mais de 20 mil dólares. A munição é a maior da série .50 (12,7 mm). A metralhadora pesa de 38 kg a 58 kg, de acordo com a configuração, e dispara na cadência de 450 a 650 tiros por minuto, com alcance de destruição em um raio de 1.800 metros.

O uso não é simples. Exige treinamento e bom conhecimento dos mecanismos de acionamento, alimentação e refrigeração. Desde 2013 ao menos quatro unidades foram apreendidas em arsenais de organizações criminosas. O Exército brasileiro investiga a origem das armas. A Polícia Federal acredita que tenham sido desviadas de estoques regulares de Forças Armadas de países vizinhos.

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