Marcha da Polícia Civil: servidores afirmam que vão acionar Judiciário contra excesso de operações

Marcha da Polícia Civil: servidores afirmam que vão acionar Judiciário contra excesso de operações

Protesto por valorização da categoria ocorreu em frente ao Palácio Piratini

Marcel Horowitz

publicidade

Servidores da Polícia Civil realizaram, nesta terça-feira, um ato reivindicando melhores condições para a categoria. Durante a mobilização, intitulada de 'Marcha da Polícia Civil, os participantes caminharam do Palácio da Polícia até o Palácio Piratini, no Centro de Porto Alegre. A iniciativa ocorre em protesto contra o que os policiais consideram excesso de operações, demandadas pelo Executivo Estadual.

Além da redução no número de operações, o grupo pede também reposição salarial e de efetivo, promoções na carreira e simetria entre os cargos de capitão e comissário. Participaram do ato a Associação dos Delegados de Polícia (Asdep), Associação dos Comissários de Polícia (ACP), Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sinpol) e Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm). O Sindicato dos Policiais Penais do RS (Sindppen) também esteve presente na marcha. 

Conforme o vice-presidente do Ugeirm, Fábio Nunes Castro, os valores pagos em horas extras são desproporcionais ao número de operações que, segundo ele, ainda impedem que os policiais tenham dias de folga. Nunes afirmou também que a categoria vai acionar o Poder Judiciário para mediar a demanda junto à gestão estadual. 

"Foram mais de dois mil policiais participando da mobilização", afirmou o vice-presidente da Ugeirm. "Sobre a questão das operações, vamos acionar o judiciário para propor que exista um mecanismo mediador. É preciso de uma mediação com o governo para discutir a questão do excesso de trabalho e da carga horária desumana que foi estabelecida." 

De acordo com o presidente do Sindppen, Saulo Felipe Basso dos Santos, os agentes penitenciários também sofrem com a falta de valorização da categoria. "Demandamos recomposição salarial urgente, pois já perdemos mais de dois terços do nosso poder aquisitivo, além da publicação de promoções, da paridade e da integralidade. No caso específico da Polícia Penal, precisamos que o Projeto de Lei da ampliação de vagas seja urgentemente protocolado na Assembleia Legislativa", destacou. 

O presidente da Asdep, delegado Guilherme Wondracek, alega que falta diálogo entre o governo do estado e os policiais. "Nos solidarizamos com esse movimento, que achamos justo e meritório. Nós estamos há mais de dez anos sem aumentos salariais. A Polícia Civil está diariamente nas operações, reduzindo a criminalidade, e qual a recompensa? O descaso. Isso é lamentável, é uma insensibilidade. O governador precisa pelo menos sentar para conversar com os policiais civis", enfatizou o delegado. 

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) destacou, em nota, que o efetivo dos policiais civis já foi reforçado com o ingresso de 26 delegados, 125 inspetores e 119 escrivães, além de outros 341 agentes que ainda estão em formação. O comunicado também ressalta que a pasta reconhece o empenho da Polícia Civil no combate à criminalidade e trabalha pelo fortalecimento da corporação, dialogando com as entidades de classe. 

Leia na íntegra a nota da SSP

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) destaca o empenho realizado pela Polícia Civil para auxiliar no combate à criminalidade e trabalha pelo fortalecimento da corporação. O governo estadual e a Polícia Civil reconhecem o direito dos servidores e atua com base em normativas que respeitam a carga horária e escala dos policiais, com compensações pecuniárias e folgas.

Com relação ao quadro de pessoal, a SSP reitera que em 2023 o efetivo foi reforçado com o ingresso de 26 delegados, 125 inspetores e 119 escrivães. Além disso, outros 341 agentes estão em plena formação na Academia de Polícia Civil (Acadepol).

Ao lado do governo estadual, a SSP e a Chefia de Polícia também vêm realizando, desde o início do ano, uma série de reuniões e encontros com as entidades de classe, estreitando o diálogo entre as partes. Houve reuniões com o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil do RS (Ugeirm-Sindicato), a Associação dos Comissários de Polícia do RS (ACP/RS), o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do RS (Sinpol-RS) e a Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep). As agendas contaram com representantes da SSP, Casa Civil, Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão e chefia da Polícia Civil e visam encaminhar as demandas e solicitações das entidades de classe em face deste reconhecimento institucional.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895