Marcola tem prisão preventiva revogada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo

Marcola tem prisão preventiva revogada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo

Mesmo após decisão, líder do PCC vai seguir cumprindo pena de 338 anos de reclusão

Marcel Horowitz

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O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu alvará de soltura a Marco Willians Herbas Camacho, o 'Marcola', apontado como líder da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A decisão ocorre após a revogação da prisão preventiva do traficante de 55 anos, acusado de ser o mandante de ataques contra policiais militares, em 2006. Marcola, no entanto, permanecerá encarcerado na Penitenciária Federal de Brasília, onde cumpre pena 338 anos, por conta de outros crimes. 

Segundo os autos do processo, Marcola foi preso preventivamente em 13 de setembro de 2006, pelo assassinato do soldado Nelson Pinto e pela tentativa de homicídio de Marcelo Henrique dos Santos Moraes, também policial militar. Na ordem de soltura, publicada na última sexta-feira, o desembargador Laerte Marrone acata o pedido de habeas corpus da defesa do preso, reconhecendo que houve 'excesso de prazo' no julgamento do caso. 

Os policiais foram baleados em maio de 2006, em Jundiaí, durante uma série de atentados contra civis e membros das forças de Segurança, atribuídos ao PCC, ocorridos entre os dias 12 e 21 de maio, no estado de São Paulo. Como resultado da onda de ataques, que ficou conhecida como 'Crimes de Maio', 564 pessoas foram mortas e 110 ficaram feridas. 

Os crimes seriam uma represália à Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, que havia decidido transferir 765 presos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau, depois que escutas telefônicas revelaram que detentos planejavam rebeliões para o Dia das Mães. Entre os presos que seriam transferidos, estava Marcola. 

Em 16 de maio de 2006, o jornal Folha de S. Paulo publicou matéria afirmando que o governo de São Paulo teria feito um "acordo" com o PCC, no intuito de por fim ao conflito. Na época, o governo paulista negou a existência da tratativa.


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