Matadores do crime organizado são alvo de ação na zona Norte de Porto Alegre
Elo entre 27 homicídios seria uma traficante que trocou de facção
publicidade
Polícia Civil e Brigada Militar deflagraram a Operação Vendetta, nesta quarta-feira, mirando criminosos envolvidos em homicídios na zona Norte de Porto Alegre e região Metropolitana. A ação abrangeu 25 mandados de busca e apreensão, além de 15 ordens de prisão, com diligências em Porto Alegre, Gravataí, Viamão e Alvorada. Até às 11h, nove alvos já haviam sido presos, todos apontados como 'matadores' do crime organizado.
O delegado Daniel Queiroz, titular da 5ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, explica que o nome da operação significa "vingança", em italiano. Ainda segundo o delegado, que coordenou a ação, foi apurado que 27 assassinatos tinham como pivô uma mulher, apontada como ex-líder de uma facção da zona Norte. A criminosa, no final de 2022, passou a integrar um grupo rival, motivando assim um conflito entre traficantes. "A tensão era tão grande que integrantes da facção traída compuseram uma canção, prometendo a morte dessa mulher", destacou.
Queiroz também relata que a mulher era responsável por identificar alvos e organizar ataques contra a facção que antes integrava, uma vez que possuía informações internas privilegiadas, como localização e função dos antigos comparsas. "A atuação dela era como um 'cavalo de Tróia'. Ela chamava os membros da antiga facção para um encontro e, quando eles chegavam no local estipulado, eram executados de surpresa", contou o delegado, acrescentando que a mulher foi presa no dia 19 de julho, no bairro Rubem Berta.
Conforme o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios, 21 prisões foram efetuadas no bojo da investigação, desde o início do ano. "As lideranças são o alvo principal das investigações e serão responsabilizadas. Enquanto ocorrerem mortes, as operações contra o crime organizado vão aumentar”, enfatizou Souza.
Quem são os pivôs do conflito
O Correio do Povo apurou que a traficante que mudou de facção tem 27 anos. Ela é ex-gerente da facção Os Abertos, atuante no Loteamento Timbaúva, no bairro Mario Quintana. Conhecida como 'Moza', ela chegou a ser alvo de dois ataques a tiros, antes de ser presa.
A reportagem descobriu ainda que, ao abandonar os antigos aliados, a mulher teria passado a integrar uma facção com origem no bairro Bom Jesus, na zona Leste. O grupo, que também atua em vilas da zona Norte, intermediou a transição após garantir que a criminosa teria o controle de pontos de tráfico no bairro Rubem Berta.
