Matagal muito denso impede polícia de monitorar reféns na Serra

Matagal muito denso impede polícia de monitorar reféns na Serra

Cinco membros da mesma família e mais duas vítimas estariam sob domínio de criminosos<br />

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Criminosos capturaram reféns na cidade após assalto frustrado com explosivos

publicidade

Dezenas de policiais participam do cerco à quadrilha que capturou pelo menos sete reféns após assalto frustrado em Cotiporã, na Serra Gaúcha. Buscas são feitas com cães farejadores e helicóptero, mas o matagal cerrado impede um monitoramento direto da situação de reféns e bandidos.

A Brigada Militar, contudo, garante que a atual posição da polícia impede uma fuga dos criminosos. “É uma mata densa, um local de difícil comunicação. Mas fechamos todas as saídas”, disse o coronel Altair de Freitas. “Os criminosos estão armados com fuzis”. Freitas disse que o cerco será mantido até a captura dos bandidos e a libertação dos reféns.

Os Batalhões de Operações Especiais (BOE) de Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre atuam no caso. Até mesmo membros lotados na Operação Golfinho foram deslocados do Litoral para a Serra no intuito de resolver a situação.

A suspeita é de que quatro bandidos mantenham pessoas cativas na mata. Cinco seriam de uma mesma família – dois homens, duas mulheres e uma criança de 3 anos –, além de outras duas jovens.

Assalto frustrado

Na madrugada deste domingo, três criminosos morreram ao trocarem tiros com a polícia após usarem explosivos para arrombar uma fábrica de joias. A polícia confirmou que um deles é Elisandro Rodrigo Falcão, o bandido mais procurado do Rio Grande do Sul. Ele foi baleado no rosto ao tentar ultrapassar uma barreira policial. Segundo a BM, Falcão estava fortemente armado, com colete e luvas. Os outros dois bandidos mortos teriam sido identificados como Sergio Antonio Ritter e Paulo César da Silva. Dois policiais ficaram feridos na ação. De acordo com o coronal Altair de Freitas, um passa bem após ser atingido na perna. Já o outro foi alvejado no braço e passa por uma cirurgia.

A polícia estima que até dez bandidos, inclusive mulheres, tenham participado do ataque, por volta das 2h. No final da madrugada, o Grupo de Ações Táticas Especiais da Brigada Militar (Gate) chegou à cidade para ajudar nas buscas e explodir quilos de dinamite encontrados com os bandidos. Técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) tentam localizar indícios que contibuam para a identificação dos assaltantes foragidos. Dois sacos com joias levados pela quadrilha foram recuperados.

Para a Polícia Civil (PC), Falcão era um dos líderes da quadrilha responsável por 90% dos ataques a bancos com o uso de explosivos no Estado em 2012. No último dia 22, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) prendeu três integrantes do grupo.

Conforme a Delegacia de Repressão de Roubos a Bancos do Deic, o bando foi o responsável crimes em cidades como Fagundes Varela, Guaporé, Canguçu, Torres, Antônio Prado e Sombrio, em Santa Catarina, além da investida contra caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal no Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), no dia 20, em Porto Alegre.

Os alvos eram preferencialmente agências do Banco do Brasil. As localidades a serem atacadas eram escolhidas levando em conta o conhecimento que o grupo tinha da região e pelo menor efetivo policial nas cidades do Interior. Os explosivos utilizados eram desviados de pedreiras e prefeituras ou trazidos de países vizinhos.

Além do dinheiro proveniente dos ataques a bancos, o grupo chegou a praticar roubo de cargas para possibilitar a aquisição de forte armamento como fuzis AK-47, M16, AR-15, 762.

Com informações de Paulo Roberto Tavares e Samuel Vettori.


Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895