Menina de 12 anos foi executada porque irmão trocou de facção dentro de presídio

Menina de 12 anos foi executada porque irmão trocou de facção dentro de presídio

Corpo da vítima foi encontrado na madrugada do dia 17 deste janeiro, no bairro Lomba do Pinheiro

Correio do Povo

Equipe de investigadores apresentou resultados de diligências em coletiva nesta segunda-feira

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A execução de uma menina de 12 anos, cujo corpo foi encontrado na madrugada do dia 17 deste mês no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, foi elucidada pela Polícia Civil. Na manhã desta segunda-feira, o titular da 1ªDelegacia de Polícia de Homicídios e Pronto Atendimento, delegado Rodrigo Reis, anunciou o esclarecimento do caso. “Ela foi morta em razão de uma disputa local por pontos de venda de drogas. Não que ela tivesse algum envolvimento com o tráfico. No início do ano passado, o irmão dela, que se encontra no Presídio Central, mudou de facção dentro do próprio sistema prisional. Ele saiu de uma galeria que abrigava uma facção e migrou para outra galeria de facção rival”, revelou.

Uma coletiva de imprensa foi realizada com as presenças da diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Vanessa Pitrez, e do titular da Divisão de Inteligência e Análise Criminal, delegado Eibert Moreira Neto. Eles destacaram a importância do disque denúncia 0800-642-0121 para repasse, mesmo sob anonimato, de informações por parte da população. “Investigamos o por quê e quem teria praticado o delito. Ao longo da investigação recebemos diversas denúncias anônimas e ouvimos familiares da vítima, cuja mãe era falecida e o pai está em lugar incerto, além de outras pessoas”, explicou Reis.

O outro motivo, detalhou, é que a menina permaneceu morando na região da facção abandonada pelo irmão e começou a frequentar festa do grupo rival em uma área vizinha. “Quando os criminosos descobriram esse fato, eles foram atrás dela, a raptaram onde residia na vila Tamanca, no bairro Agronomia, e a levaram até o Beco do David, na Lomba do Pinheiro, e executaram ela. Eles tinham ideia de que ela poderia passar informações privilegiadas à facção rival, sendo considerada uma traidora”, relatou. A vítima foi baleada uma vez na cabeça e outras nove nas costas quando já estava caída. “Não há indícios de que ela tenha sido torturada”, destacou.

O titular da 1ªDPHPP afirmou que, no dia 19, dois participantes da execução foram presos com duas pistolas calibres 9 milímetros e outra de calibre ponto 32. “Acreditamos que foram as armas usadas para matar a vítima”, lembrou, esclarecendo que os laudos balísticos do Instituto-Geral de Perícias devem agora confirmar a suspeita. “São exatamente dos mesmos calibres usados no crime”, observou. Com a dupla, os policiais civis recolheram ainda cerca de meio quilo de maconha e dois coletes à prova de balas. Filho de uma liderança da facção criminosa, um adolescente envolvido na execução está foragido após fugir com um cúmplice dos agentes durante uma diligência na região.

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