Merendeira foi pressionada a confessar, diz advogado
Jovem de 23 anos é suspeita de servir almoço com veneno de rato em escola da Capital
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O advogado pretende reverter o pedido de prisão e não descarta acionar os Diretos Humanos diante do que qualificou como “uma grave injustiça”. Para Pereira, a vida da merendeira já foi “destruída” ao ser exposta e acusada injustamente em um inquérito que foi aberto há poucos dias.
“Talvez seja por que ela é preta e pobre”, afirmou o advogado ao lembrar que conhece a cliente há 15 anos. “Ela não vai se apresentar enquanto a prisão não for relaxada”, avisou o advogado em tom indignado. Pereira não vai cobrar pela defesa da jovem.
O Tribunal de Justiça do Estado determinou nessa sexta-feira a prisão preventiva da merendeira. Segundo o delegado Cléber Lima dos Santos da Delegacia de Homicídios, foram feitas buscas na casa da jovem, mas ela não foi localizada. Ela já é considerada foragida. Em depoimento, a merendeira disse não ter tido motivos para cometer o crime, alegou problemas psicológicos e confirmou ter despejado dois sacos pequenos de raticida na comida.
Envenenamento de comida
Trinta e nove alunos, funcionários e professores da Escola de Ensino Fundamental Pacheco Prates foram levados para pronto atendimentos da região na última quinta-feira, depois que uma professora desconfiou de grânulos de cor rosa na comida do almoço, um estrogonofe. Algumas pessoas reclamaram de mal-estar e dores de cabeça e barriga.
A titular da Delegacia de Polícia Volante, delegada Clarissa Demartini, informou que foram encontrados pequenos sacos contendo um aparente veneno de rato e uma tesoura na cozinha da instituição. Na sexta-feira, a delegada confirmou que a substância é o raticida Nitrosin.
Segundo o setor de pediatria do Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro, o produto pode alterar a coagulação do sangue, gerando sangramentos de diversos níveis de gravidade.