Mesmo preso, delegado Abud seguirá com salário de mais de R$ 17 mil
Réu só será exonerado quando processo transitar em julgado ou com procedimento administrativo concluído
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Enquanto não é exonerado, Abud continua recebendo o salário de delegado. Conforme Detalhamento Nominal da Folha de Pagamento de Pessoal no Portal Transparência, em agosto o delegado recebeu R$ 17.822,86 mil líquido. O mesmo deve ocorrer nos próximos dias, quando os delegados receberem o salário atrasado de setembro.
Abud também não cumprirá pena em presídio comum. Segundo o chefe de Polícia interino, Leonel Carivali, o delegado Abud, condenado pelos crimes de organização criminosa, obstrução de investigações e lavagem de dinheiro ficará preso na Casa de Custódia Policial do Grupo de Operações Especiais, onde são mantidos os presos com prerrogativas de prisão especial.
Entenda o caso
A investigação do Ministério Público apontou que o delegado e o ex-comissário de polícia Luiz Armindo de Mello Gonçalves financiaram uma quadrilha especializada em estelionato e roubo de cargas.
Conforme a sentença do juiz Roberto Coutinho Borba, da 2ª Vara Criminal de Alvorada, todos os bens adquiridos pelo delegado Abud com dinheiro ilícito ficarão confiscados, incluindo dois veículos Mercedes Benz, um BMW, um automóvel Miura, duas motos, quatro apartamentos, um terreno, três boxes e dinheiro em contas correntes e aplicações.
De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa de Abud obteve vantagem de quase R$ 2 milhões. Além dos bens do delegado, o ex-comissário de polícia Gonçalves, condenado a 17 anos e um mês de prisão, também perdeu aproximadamente R$ 685 mil em bens – três apartamentos, uma caminhonete, uma casa, uma empresa e dinheiro em conta corrente e aplicações
Além deles, também foram condenadas mais sete pessoas ligadas à organização criminosa. O juiz determinou ainda que todos os condenados que exerciam funções públicas percam os cargos e o direito a aposentadoria. Cabe recurso da decisão, mas os réus Jair Borges da Silva, Luiz Armindo de Mello Gonçalves, Omar Abud e Cristiano de Oliveira Vargas não poderão apelar em liberdade.