Minas Gerais sofre onda de ônibus incendiados pelo PCC

Minas Gerais sofre onda de ônibus incendiados pelo PCC

Três incêndios foram em ônibus da capital e Região Metropolitana

AE

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Mais nove ônibus foram queimados entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça-feira no Sul de
Minas e no Triângulo. Uma viatura da Secretaria de Administração Prisional (Seap) também foi queimada. É o segundo dia consecutivo de ataques a veículos no Estado. A suspeita é de atos coordenados por facções criminosas e o PCC. A cidade com maior número de veículos incendiados no ataque da noite passada foi Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, onde três ônibus foram incendiados. Ainda no Triângulo, foram registrados um incêndio em Uberaba e um em Uberlândia.

Três incêndios foram em ônibus da capital e Região Metropolitana. Além de veículos, os criminosos colocaram fogo em parte do Plenário da Câmara Municipal de Passos. Até a publicação desta matéria, cerca de 40 pessoas haviam sido detidas nos dois dias de ataques, segundo a Polícia Militar. Em nota conjunta divulgada na noite desta segunda-feira, as secretarias de Segurança Pública, Administração Prisional, PM, Polícia Civil e Bombeiros afirmam que o Estado "está empenhado na resolução e no esclarecimento das motivações que levaram à queima de ônibus e outros eventos de segurança desde o último domingo em diferentes cidades mineiras".

"Por determinação do Governador Fernando Pimentel, todas as forças de segurança trabalham de forma integrada e com prioridade na questão, na busca de resultados e punição de responsáveis", diz o texto. A nota ainda informa que "a Polícia Federal e o Gabinete Militar do Governador também foram envolvidos neste esforço de resolução dos eventos."

Ordem do PCC

Em 24 horas, pelo menos 24 ônibus foram incendiados em 17 cidades mineiras. Um ônibus foi queimado em Natal e um PM acabou assassinado. Os ataques simultâneos em mais de um Estado foram decididos pelo "resumo dos Estados", os bandidos responsáveis pela facção em cada unidade da Federação, depois de consulta feita à Sintonia dos Estados, setor do PCC que cuida da organização fora de São Paulo.

"O plano inicial era fazer uma manifestação pacífica em Natal contra o que os bandidos chamam de opressão no complexo prisional de Alcaçuz (em Nísia Floresta, na Grande Natal)", afirmou um dos responsáveis pelas investigações contra o PCC. Mas a direção do "partido" no Rio Grande do Norte decidiu que a manifestação não teria o efeito desejado e decidiu atacar. A mesmo decisão se estendeu a Minas e a dois outros Estados que teriam problemas no sistema penitenciário.

"Os bandidos diziam que era para ir para cima de policiais e agentes prisionais e pôr fogo em ônibus. As forças de segurança desses Estados foram avisadas e estão de prontidão", informou o investigador. Em Minas, a facção tem 1.432 filiados e no Rio Grande do Norte há 798 bandidos ligados ao grupo.


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