Ministério Público pede laudo de sanidade de homem que matou os 4 filhos em Alvorada

Ministério Público pede laudo de sanidade de homem que matou os 4 filhos em Alvorada

O pedido foi feito na primeira audiência do caso que tem como réu David da Silva Lemos

Kyane Sutelo

publicidade

O homem que matou os 4 filhos em Alvorada, na Região Metropolitana, em dezembro, vai passar por avaliação de sanidade. O Ministério Público solicitou que um perito examine as condições mentais de David da Silva Lemos, que, conforme a polícia, assassinou os filhos Yasmin Antunes Lemos, de 11 anos, Donavan Antunes Lemos, 8, Giovanna Antunes Lemos, 6, e Kimberlly Antunes Lemos, 3, por não aceitar o término do relacionamento com a mãe das crianças.

O processo é presidido pelo Juiz de Direito Marcos Henrique Reichelt, titular da 1ª Vara Criminal local, e tramita em segredo de justiça. A primeira audiência de instrução do caso ocorreu nesta quinta-feira, no Foro de Alvorada, quando foram ouvidas 6 testemunhas indicadas pela acusação, entre elas a mãe do réu, a mãe das crianças, Thays da Silva Antunes, e o avô materno, Jardelino Antunes Junior. As testemunhas foram questionadas se concordavam com a presença do acusado durante os depoimentos e Jardelino conta fez questão de olhar nos olhos do acusado. “Eu vi o rosto dos meus 4 netos no necrotério. Eu precisava ver a cara dele, os olhos dele”, desabafou Jardelino. 

Segundo os familiares das crianças, David não chorou nem demonstrou arrependimento enquanto estiveram cara a cara na audiência. A mãe do réu teria escolhido depor sem a presença do filho. A família compartilha o sentimento de revolta. “Eu quero que ele pegue 30, 40, 50, 100 anos, vivo. Para amargar a cada minuto, sabendo que está dentro de uma jaula, feito animal, porque tirou a vida de 4 inocentes”, desabafou o avô materno das vítimas. Vestindo uma camiseta com a foto dos filhos, Thays disse que busca justiça, mas lamenta que nada trará os filhos de volta. “A minha vida é um inferno. Eu só estou aqui em memória dos meus filhos e por causa do meu irmão e do meu pai”, afirmou.

Conforme o promotor Marcelo Tubino, devem ocorrer novas audiências para ouvir testemunhas indicadas pela defesa e, depois, o interrogatório do acusado. A Justiça também aguarda o laudo sobre a sanidade de David. “Virá nos próximos dias um laudo para dizer se ele tem capacidade de receber pena ou não, se ele, digamos assim, era são no momento do crime”, explicou, o promotor. Em nota, a Defensoria Pública do Estado, que representa o réu, afirmou que só irá se manifestar nos autos do processo. Ainda não há data para próximas audiências. O caso poderá ir a júri popular.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895