Ministro da Defesa relata "cidade fantasma" no Espírito Santo
Raul Jungmann afirmou que espera retorno da Polícia Militar após greve
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"Estivemos lá e deixamos a situação mais ou menos normalizada. Ônibus voltaram a circular e os incêndios terminaram. Mas em Vitória, quando fiz o trajeto até o Palácio Anchieta, percebi que estávamos em uma cidade fantasma, como se estivéssemos em uma final de Copa do Mundo, com ruas vazias. É um cenário de quase ficção. Foi que vivi em Vitória", lamentou em entrevista à Rádio Guaíba.
Jungmann destacou que, com a chegada do Exército e do contingente do Rio de Janeiro da Força Nacional, a capital capixaba deve retomar a normalidade em no máximo três dias. "Restauramos a tranquilidade. Acredito que, com o efetivo do Rio, aconteça o mesmo que ocorreu em Natal, quando saímos de uma situação de anarquia para um ambiente de paz. Claro que tudo isso também conta com a volta da Polícia Militar", advertiu.
O ministro lamentou os saques promovidos por diversas pessoas em estabelecimentos comerciais do Centro de Vitória e disse que o município precisa de um choque de autoridade. "Precisamos representar a força do Estado. Era melhor que isso não acontecesse, mas seguimos determinados em restaurar a normalidade e garantir a propriedade, que é essencial para que se viva em sociedade. Achei tudo aquilo deplorável", resumiu.
Raul Jungmann lembrou que a chegada do Exército às ruas de Vitória foi aplaudida e comemorada pela população que estava presa em casa, mas alertou que a intervenção das Forças Armadas é temporária e precisa obedecer a Constituição. "Não vamos resolver o problema da Segurança Pública com as Forças Armadas. A presença do Exército é episódica, até porque o custo de deslocamento e permanência é elevadíssimo. A presença dos soldados deixa a bandidagem retraída, mas quando nós nos retiramos será preciso a presença do policiamento ostensivo. Se isso não acontecer, é como baixar a febre sem curar a doença", explicou.