Morador que agrediu porteiro de condomínio em Porto Alegre é indiciado por racismo

Morador que agrediu porteiro de condomínio em Porto Alegre é indiciado por racismo

Homem de 35 anos também foi indiciado por ameaça e lesão corporal

Marcel Horowitz

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Foi indiciado por racismo o morador que agrediu o porteiro do condomínio onde morava na rua Álvaro Alvim, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre. Segundo a Polícia Civil, os indiciamentos dele também incluem ameaça e lesão corporal. O caso foi remetido à Justiça nesta terça-feira.

De acordo com a delegada Tatiana Bastos, titular da DP de Combate à Intolerância da Capital, o inquérito analisou boletins do Hospital Banco de Olhos e do HPS. Os exames constataram lesões na face da vítima, principalmente na região dos olhos, além de sequelas intensificadas por uma condição de glaucoma pré-existente. Um laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) ainda é aguardado.

O fato aconteceu no dia 21 de fevereiro. A investigação aponta que a vítima, um homem negro de 53 anos, foi agredida pelo suspeito, branco, após não permitir que um motoboy entrasse no prédio para entregar um lanche.

Segundo o porteiro, em uma ligação por telefone, o morador teria feito ataques de cunho racista, como ‘macaco’ e ‘negro de bosta’. O morador então foi até a portaria e desferiu socos no rosto do funcionário, antes de ser contido por um vizinho e pelo síndico. A cena durou cinco minutos e foi registrada por câmeras de segurança.

Conforme a Polícia Civil, o suspeito deixou o condomínio no final de semana após o fato. Ao prestar depoimento, ele admitiu as agressões, mas negou ter cometido crime de racismo.

A delegada Tatiana Bastos explica que, mesmo que ofensas racistas tenham ocorrido via ligação, testemunhas relataram que o morador exigia que o porteiro o chamasse de “senhor”, insistindo, sob ameaças, que ele fosse demitido. A delegada explica que a conduta pode ser tipificada como racismo. "As testemunhas confirmam que o agressor tinha ‘ar de superioridade’ e demonstrou menosprezo pela vítima, por conta da cor da pele”, disse.


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