Morre quinta vítima do atirador da catedral de Campinas

Morre quinta vítima do atirador da catedral de Campinas

Homem de 84 anos havia passado por cirurgia e estava em estado grave após ser baleado

R7 e AE

Morre quinta vítima do atirador de Campinas

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Morreu na tarde desta quarta-feira a quinta vítima do atirador da Catedral Metropolitana de Campinas. Heleno Severo Alves, de 84 anos, estava em estado grave na UTI do hospital municipal Mário Gatti. Alves foi baleado no tórax e abdômen e havia passado por cirurgia.

A Polícia Civil divulgou na noite desta terça-feira o nome das outras quatro pessoas que morreram durante o ataque de Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos. O atirador cometeu suicídio. Entre os mortos estão: Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, José Eudes Gonzaga, de 68 anos, Cristopher Gonçalves dos Santos, de 38 anos, Eupidio Alves Coutinho, de 67 anos.

O caso

Nessa terça, um homem de 49 anos entrou na Catedral Metropolitana de Campinas, no interior paulista, e atirou contra pessoas que rezavam no local por volta das 13h. Quatro pessoas morreram e pelo menos outras quatro ficaram feridas. Segundo a polícia, PMs entraram na igreja e dispararam contra ele. O atirador, então, caiu no chão e disparou na própria cabeça em seguida. Ainda não se sabe o motivo do crime.

O analista de sistemas Euler Fernando Grandolpho entrou na igreja, no centro de Campinas, após o fim da cerimônia das 12h15 e se sentou em um banco, de costas para três pessoas. Ele tinha um revólver calibre 38, uma pistola 9 mm, de uso restrito de polícias, e quatro cartuchos para recarga. As armas tinha numeração raspada. Após um minuto em silêncio, teria se erguido e sacado a pistola. Sem falar nada, apertou o gatilho.

Segundo testemunhas, havia 20 pessoas no local. Eram 13h25min. Os primeiros alvos foram o trio no banco de trás - dois acabaram baleados e um conseguiu fugir, segundo a Polícia Civil. Houve correria para fora da igreja, mas Grandolpho teria começado a disparar a esmo.

Cerca de 30 segundos depois, PMs em uma viatura, que fazia a segurança para as festas de Natal, ouviram os disparos. Dois agentes entraram na igreja e atiraram contra Grandolpho, atingido na região da lombar. O suspeito já havia conseguido realizar 21 disparos de pistola, mas ainda dispunha de uma bala. Ferido, caiu próximo ao altar. Segundo as investigações, ele teria usado o último tiro contra a própria cabeça.

"Se não fosse o pronto atendimento da polícia, teria sido uma tragédia muito maior", disse o secretário municipal de Segurança, Luiz Augusto Baggio. O atirador era de Valinhos, a 10 quilômetros de Campinas, e sem antecedentes criminais. Uma mochila de Grandolpho, com documentos, foi achada dentro da catedral. Não havia bilhete.

Para o delegado Hamilton Caviola, do 1º Distrito Policial de Campinas, ele demonstrou não ser iniciante com armas. "No ataque, ele consegue fazer a troca de pente caminhando, com certa facilidade. Se não tiver experiência, a arma emperra." A polícia não encontrou relação entre Grandolpho e as vítimas e ele não foi reconhecido por ninguém na igreja.

Desespero

"Só vi que tinha um casal, ele atirou uma vez em cada um e saí correndo", disse o aposentado Pedro Rodrigues, de 66 anos, que estava no local. Apesar de evangélico, ele decidiu entrar na catedral para fazer uma oração quando passava pelo centro. "Na hora, já pensei que era uma chacina", disse. "Ninguém pôde fazer nada, ajudar de forma nenhuma", contou, em vídeo nas redes sociais, o padre Amauri Thomazzi, que celebrou a missa pouco antes do ataque. Ele pediu orações para as vítimas e o atirador.

Houve corre-corre na hora dos disparos, principalmente na Rua 13 de Maio, uma das mais movimentadas do comércio local. À tarde, a perícia isolou o local, que estava tomado de curiosos. À noite, pessoas puseram rosas na porta da igreja, em solidariedade às vítimas.

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