MP acredita em relação entre empresa Reação, policiais e ladrões de carros

MP acredita em relação entre empresa Reação, policiais e ladrões de carros

Um dos mandantes do Caso Eliseu é réu em processo junto com agentes que apoiariam quadrilhas

Rádio Guaíba

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O membro da empresa Reação Marcelo Pio Machado, preso no mês passado pelo assassinato do ex-secretário Eliseu Santos, teria recebido auxílio de policiais em um esquema de roubo e furto de veículos. A informação consta de processo sobre suposto esquema de propina na secretaria da Saúde. Segundo o Ministério Público, Pio Machado e outros policiais civis são réus sob a acusação de apoiar quadrilhas especializadas nestes tipos de crime.

O objetivo do Ministério Público Estadual é ampliar o número de provas que vinculem a Reação e criminosos, entre eles, os ladrões de carros de Sapucaia do Sul que assassinaram Eliseu. Os dados serão enviados à Justiça, até esta terça-feira, na investigação complementar do MP. Mais três pessoas serão indiciadas. O nome de uma delas já foi confirmado pelo promotor Eugênio Paes Amorim: o ex-assessor da Secretaria de Saúde Cassio Abreu. O MP não descarta que pessoas ligadas ao PTB estejam na lista.

No mês passado, os quatro promotores responsáveis pelo caso interrogaram o presidente municipal da sigla, José Carlos Brack. Segundo Amorim, as perguntas estavam relacionadas às acusações de corrupção na pasta de Eliseu, em contratos com a empresa Reação. Brack negou a existência do suposto esquema de propina, articulado pelo ex-CC da secretaria Marco Antônio Bernardes, preso por ser apontado como um dos mandantes do crime.

Os promotores ainda trouxeram outra revelação: Bernardes tem um sobrinho que trabalha no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Além disso, em um processo acessado pelo MP – no qual foram cruzadas informações com o Caso Eliseu -, há dados indicando colaboração de agentes da Delegacia de Roubos e Furto de Veículos do Departamento no esquema de roubos de carro. Para o MP, os fatos demonstram relações estreitas entre a Reação, policiais e quadrilhas de ladrões de carro.

O diretor do DEIC, delegado Ranolfo Vieira Júnior, desconhece envolvimento de policiais civis com a empresa Reação ou com quadrilhas de furto e roubo de veículos. Ele afirmou, neste domingo, que se as acusações forem confirmadas, cabe à Corregedoria da Polícia Civil investigar. O delegado disse, ainda, que na investigação da morte de Eliseu, o DEIC não encontrou relação entre a empresa Reação e quadrilha de roubo de veículos.

O corregedor da Polícia Civil, Paulo Grillo, também não tem informações sobre envolvimento de policiais da Delegacia de Furto e Roubo de Veículos do DEIC no esquema de propina. Se essas informações chegarem à Corregedoria, pode ser requisitada a abertura de inquérito policial para investigar os agentes.

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