MP investiga supostos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro em prejuízo de cooperativa do RS

MP investiga supostos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro em prejuízo de cooperativa do RS

Três dos quatro investigados tiveram imóveis bloqueados que somam R$ 60,7 milhões

Correio do Povo

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Uma operação do Ministério Público, deflagrada na manhã desta sexta-feira, investiga supostos crimes de apropriação indébita, estelionato e lavagem de dinheiro em prejuízo de uma cooperativa de laticínios que tem sede em Pelotas e que conta com milhares de associados distribuídos em 45 cidades do Rio Grande do Sul. Um homem, que seria ex-diretor, é o principal alvo da ofensiva que ainda conta com apoio da Brigada Militar. Três dos quatro investigados tiveram imóveis bloqueados que somam R$ 60,7 milhões. Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em quatro endereços do município da Zona Sul do Estado, além de um estabelecimento comercial em Capão do Leão.  

Segundo informações do coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles, a investigação começou há três anos a partir de representações protocoladas no Ministério Público que teriam apontado para uma suposta apropriação de valores da cooperativa por um ex-diretor-presidente. Ele teria permanecido à frente da cooperativa até o desencadeamento de um processo de liquidação extrajudicial.

Após criação de uma comissão voltada a pesquisar os motivos que levaram ao quadro financeiro da empresa, os dados teriam indicado que a gestão do ex-diretor teria contribuído para o quadro de endividamento. O cenário não teria sido exposto aos cooperados. A situação chegou ao ponto de a cooperativa, à beira da ruína, ter de suspender as atividades de leite e de manteiga.

A apuração teria apontado que o ex-mandatário teria deixado a cooperativa com prejuízo superior a R$ 60 milhões. No período, além de acumular dívidas, ele teria destinado valores da empresa para pagamentos de despesas particulares e de seus familiares, depósitos em sua conta bancária pessoal ou repassados a empreendimentos da família. Em um dos negócios que teria envolvido estabelecimentos do qual o homem e seus parentes eram sócios, a cooperativa teria pago por 1.710 vacas da raça holandesa, mas só recebeu 816 animais.

 


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