MP irá investigar outros clubes do Interior na Operação Mala Preta

MP irá investigar outros clubes do Interior na Operação Mala Preta

Esquema de pagamento de propina teve como alvo o Passo Fundo

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Agentes cumpriram mandados na Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer do Estado

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* Com informações da repórter Samantha Klein

Após a deflagração da Operação Mala Preta, que trouxe à tona um esquema de pagamento de propina para priorizar a aceitação de um projeto relacionado ao Esporte Clube Passo Fundo, o Ministério Público Estadual sinalizou na tarde desta terça-feira que outros times do Interior gaúcho podem estar envolvidos na fraude. Conforme o MP, o time foi privilegiado na fila do Programa Pró-Esporte, semelhante à Lei Rouanet, que isenta do pagamento de ICMS empresas que financiarem atletas ou clubes esportivos.


Na operação deflagrada nessa manhã pelo MP, foi evidenciada a participação de dois funcionários públicos, um intermediário e dois dirigentes do clube de futebol. Um projeto de manutenção das categorias de base do time foi aprovado pela Secretaria do Turismo e Esporte com intervenção fraudulenta de um servidor da Pasta. O segundo funcionário investigado trabalhava na Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia. Os dois foram afastados pelas secretarias.

Operação Mala Preta investiga corrupção no Programa Pró-Esporte

A denúncia partiu de um ex-funcionário, com atuação no time de base do Passo Fundo. De acordo com o Ministério Público, ele teve o projeto negado em 2014. Com a intervenção de uma empresa de consultoria esportiva, o plano de financiamento foi aprovado. O advogado intermediário recomendou dobrar o valor do financiamento, de R$ 400 mil para R$ 840 mil, dobrando, também, a propina cobrada.

O promotor responsável pela investigação, Flávio Duarte, disse que existem indícios de que outros clubes do interior estejam envolvidos no esquema. “Durante os seis meses de investigação, tivemos acesso a relatos que levam a crer que outros times tenham que pagar propina para vencer os editais”.

Recibos provarão inocência, garante ex-dirigente do Passo Fundo

O Passo Fundo negou irregularidades. Conforme Selvino Ferrão, dirigente que comandou o clube até maio, não existe nenhum tipo de pagamento de propina. “O funcionário que estava a frente desses projetos não conseguiu financiamento e resolveu fazer uma denúncia falsa ao ser demitido. Se o MP está investigando alguém, a investigação é contra a empresa que mediou e não contra nós. Temos todos os recibos e vamos provar nossa inocência”.

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