MPF acompanha investigações da polícia sobre possível grupo neonazista em Teutônia

O Ministério Público Federal de Lajeado abriu um procedimento administrativo para acompanhar as investigações sobre a possível existência de um grupo neonazista em Teutônia, no Vale do Taquari. Conforme o delegado que conduz a ação, Mauro José Malmann em 20 de agosto, um jornal da região recebeu denúncia de que havia um plano de ataque no município. Na mesma época, surgiram pichações com o emblema do Terceiro Reich na cidade.

Três suspeitos, maiores de idade e estudantes de ensino superior, foram ouvidos. Na casa de um deles, a polícia encontrou três revistas e dois livros nazistas durante o cumprimento de um mandado de busca. Os trio, no entanto, nega que faça parte de algum grupo e que dissemine a doutrina. De acordo com Malmann, os estudantes afirmaram que apenas gostam de se informar sobre acontecimentos relativos à 2ª Guerra Mundial.

Teutônia já tem histórico relacionado ao neonazismo. No ano passado, um jovem industriário foi preso por envolvimento no assassinato de um casal, durante uma festa neonazista, na região Metropolitana de Curitiba, no Paraná. O rapaz foi apontado pela polícia como um dos líderes de um grupo autodenominado “New Land” (Terra Nova), que pregava um novo modelo de sociedade semelhante ao proposto pelos nazistas nas primeiras décadas do século passado.

Em Teutônia, dias depois do duplo homicídio, a polícia do Paraná encontrou, na casa de um adolescente, uma mochila que continha uma pistola 9mm, munições, camisetas, revistas, livros, boinas, CDs, broches e bandeiras com motivos neonazistas. Na época, o jovem afirmou que a mochila foi deixada pelo preso e que não tinha nada a ver com o caso. No entanto, esse adolescente voltou a fazer parte da lista de investigados. O delegado Malmann descarta que haja ligação entre o grupo de Curitiba e os neonazistas de Teutônia.