MPRS faz operação contra facção criminosa na Penitenciária Estadual de Rio Grande

MPRS faz operação contra facção criminosa na Penitenciária Estadual de Rio Grande

Ação combate onda de violência, homicídios e tráfico de drogas na cidade, além do ingresso de telefones celulares na casa prisional

Correio do Povo

Brigada Militar também atua no cumprimento de 58 mandados judiciais de busca e apreensão

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O cerco às facções criminosas em conflito, que já deixou mais de 90 mortos desde o começo deste ano na cidade de Rio Grande, fecha-se cada vez mais. Agora foi a vez do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Núcleo Região Sul), que desencadeou na manhã desta segunda-feira a operação Perg. A ação ocorreu dentro da Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg) e teve apoio da Brigada Militar, através dos efetivos do 3º BPChq, 5º BPChq, 4º BPM e 6º BPM.

A ofensiva tem como alvo uma das facções envolvidas com a onda de violência, tráfico de drogas e ingresso de telefones celulares para o interior da casa prisional. A investigação começou há três meses.

Na operação estão sendo vasculhados os quatro pavilhões da Penitenciária Estadual de Rio Grande com o objetivo de apreender armas, munições, telefones celulares, dinheiro, entorpecentes, documentos e anotações. Houve o cumprimento de 58 mandados judiciais de busca e apreensão nas celas, sendo apreendidos 25 aparelhos de telefonia móvel com 20 carregadores, dez fones de ouvidos, dez cordas, 25 facas artesanais, uma balança de precisão, 67,8 gramas de cocaína e 100 gramas de crack, além de R$17,1 mil em dinheiro.

Conforme o MPRS, o grupo criminoso utiliza diversas formas, sobretudo drones, para transportar celulares, carregadores e entorpecentes para o interior do estabelecimento prisional. O chamado “delivery aéreo de drogas e outros materiais ilícitos” facilitaria assim o tráfico no interior e fora da penitenciária e a emissão de ordens para a prática de vários crimes na cidade.

“O que ingressa na Perg contribui decisivamente para o exponencial aumento da violência no município de Rio Grande neste ano, que já registra mais de 95 mortes violentas, considerando homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Quase a totalidade delas está diretamente vinculada a apenados recolhidos, os quais, por meio da introdução clandestina de celulares na prisão, continuam operando direta e indiretamente o tráfico de drogas”, afirmou o coordenador do Gaeco-Núcleo Região Sul, Promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas.

Já o coordenador dos Gaecos, Promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame, destacou que a entrega aérea de drogas e materiais ilícitos para dentro do sistema prisional exige “um altíssimo aporte financeiro, uma vez que os produtos e o custo operacional para a execução de uma única viagem pode variar de R$ 10 mil a R$ 100 mil”

“Ante o perceptível e significativo aumento do número de casos envolvendo o uso de drones na Perg, foram analisadas as ocorrências e chegamos à conclusão de que há uma autêntica associação criminosa atuando dentro e a partir da penitenciária, que, sem margem para dúvida, possui uma estrutura definida e um alto poder aquisitivo”, acrescentou.

Foto: Tiago Coutinho/ MPRS / Divulgação / CP


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