Mulheres de PMs afirmam que bloqueio de quartéis continuará no Espírito Santo

Mulheres de PMs afirmam que bloqueio de quartéis continuará no Espírito Santo

Policiais aceitaram acordo após reunião de dez horas, mas lideranças de movimento querem prosseguir

AE

Tendas permanecem na porta do Quartel Central

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As mulheres dos policiais militares amotinados no Espírito Santo garantiram a continuidade do movimento, apesar de o governo ter anunciado um acordo com a categoria nesta sexta-feira. "Esse encontro foi entre as associações de policiais. Mas a paralisação é das mulheres. Nós não participamos dessa negociação. Continuaremos aqui", afirmou uma das lideranças do movimento, que se identifica apenas como Gilmara.

Ela participou da reunião de 10 horas com representantes do governo, na quinta-feira, e foi a primeira a deixar o encontro. Revoltada, afirmou que o governo se manteve irredutível ao não se comprometer a reajustar os salários. Até o fim da noite, as mulheres de PMs permaneciam na porta do Quartel Central, no bairro Maruípe, e impediam com tendas a entrada e saída de carros.

O movimento, caracterizado por mulheres que bloqueiam a saída das unidades com manifestações, foi copiado em 27 dos 89 batalhões e comandos do Rio e no Pará. Em Minas Gerais, também já se desenha movimento semelhante. E o Palácio do Planalto, que se manifestou pela primeira vez nesta sexta, identificou outras manifestações na Paraíba e no Rio Grande do Norte.

A decisão capixaba de endurecer com os agentes ocorreu após o fracasso nas negociações com as famílias dos policiais. A pena prevista por motim poderia chegar a 20 anos de prisão. O movimento, que já durava sete dias, deverá ser encerrado às 7h deste sábado, quando os acessos aos batalhões serão desobstruídos. Pelo acordo, os PMs e bombeiros que voltarem ao serviço não sofrerão punições administrativas disciplinares.

O governo se comprometeu ainda a apresentar cronograma para promover policiais que têm direito à progressão na carreira por tempo de serviço e a formar comissão para analisar a carga horária da corporação e apresentar propostas em 60 dias. Não está previsto reajuste de salário, mas o Estado se compromete ao fim do quadrimestre a se reunir com funcionários públicos para mostrar os dados orçamentários do Estado. Nos sete dias de paralisação, 121 pessoas foram assassinadas, 666 veículos roubados e furtados e 300 lojas saqueadas. Os dados são parciais e ainda não foram confirmados pela Secretaria de Segurança.


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