Nova ofensiva contra o golpe dos nudes é lançada pela Polícia Civil em seis cidades gaúchas

Nova ofensiva contra o golpe dos nudes é lançada pela Polícia Civil em seis cidades gaúchas

Quatro apenados recolhidos na Cadeia Pública de Porto Alegre, Penitenciária Estadual do Jacuí e Penitenciária Estadual de Caxias do Sul estão entre os alvos

Correio do Povo

Ação da DP de Dois Irmãos teve apoio da BM e da Susepe

publicidade

Mais uma ofensiva contra o golpe dos nudes foi lançada na manhã desta quinta-feira pela Polícia Civil. A investigação sobre os crimes de estelionatos e extorsões é da DP de Dois Irmãos, sob comando do delegado Felipe Borba. Três inquéritos foram instaurados.

A operação Lügen cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Caxias do Sul, Alvorada, Estância Velha, Charqueadas, Porto Alegre e Dois Irmãos. Ordens judiciais foram efetuadas em celas de quatro apenados recolhidos na Cadeia Pública de Porto Alegre, Penitenciária Estadual do Jacuí e Penitenciária Estadual de Caxias do Sul. A Brigada Militar e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) prestaram apoio. Oito contas bancárias foram bloqueadas judicialmente a partir de representação de sequestro formulada pela DP de Dois Irmãos.

Em um dos alvos da operação, um foragido, de 28 anos, foi capturado. Contra ele havia um mandado de prisão em razão de condenação definitiva pelo crime de tráfico de drogas, expedido pela Vara de Novo Hamburgo.

Segundo o delegado Felipe Borba, as investigações começaram há quatro meses, a partir de casos envolvendo golpes dos nudes e estelionatos referentes a propostas de ganhos financeiros cujas três vítimas residem em Dois Irmãos. “Não podemos revelar detalhes, até para não expor as vítimas, mas em um dos casos houve prejuízo de cerca de R$ 100 mil, tendo inclusive extrapolado os limites de crédito bancário pessoal, e a vítima solicitado empréstimo a parentes”, observou.

“Este caso, em especial, bem revela que não se pode ceder às solicitações ou exigências de estelionatários ou extorsionários, pois o comportamento da vítima vai estimular a perpetuação do crime, com novas investidas. Nossa orientação é de que os contatos sejam encerrados e bloqueados, e que as pessoas comuniquem qualquer fato dessa natureza à Polícia Civil, para que, ainda que não desejem representar criminalmente, as vítimas busquem esclarecer dúvidas e compreender melhor a situação em que se encontrem”, completou.

De acordo com o titular da DP de Dois Irmãos, ao menos dez pessoas estavam envolvidas com o esquema criminoso, o que motivou o acolhimento judicial do pedido de sequestro de valores depositados em contas bancárias. “É importante que além do indiciamento, a Polícia Civil busque reparar o prejuízo patrimonial das vítimas e, ao mesmo tempo, evite que os criminosos se locupletem das práticas ilícitas”, afirmou.

Com a quebra de sigilo bancário e a análise do material apreendido hoje, a expectativa é identificar outras pessoas que tenham participado do esquema criminoso. “Atualmente, a investigação deste tipo de crime está entre as mais complexas. Os criminosos habilitam números de telefone celular e abrem contas bancárias em nome de laranjas, uma vez que o sistema de telefonia móvel e o sistema financeiro não impõem obstáculos suficientes de segurança contra estas práticas. Além disso, o crime de estelionato exige que a vítima manifeste a vontade de representar contra os autores para que a Polícia possa instaurar inquérito policial, e por receio ou vergonha sabemos que algumas pessoas sequer procuram a polícia para relatar tais delitos”, esclareceu.

Sobre a relação dos crimes de estelionato com outras infrações penais, o delegado Felipe Borba constatou “um incremento no número de pessoas que tradicionalmente se dedicam ao tráfico de drogas e crimes violentos, como roubo e homicídio, que estão aplicando golpes ou até migrando para esse outro tipo de crime”. Para ele, o fado “demonstra a relevância do combate a este delito, uma vez que os ganhos financeiros muitas vezes acabam fomentando a prática de outras infrações e aumentando a capacidade econômica de facções criminosas”.

Qualquer informação mesmo anônima pode ser repassada para a DP de Dois Irmãos, pelo telefone (51) 3564-1190 ou pelo WhatsApp (51) 98543-7318.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895