Novas acusações no Caso Eliseu surpreendem família do secretário

A família do secretário municipal de Saúde da Capital, Eliseu Santos, morto a tiros em fevereiro deste  ano, já conhece detalhes da investigação complementar do Ministério Público Estadual que apontou participação do dirigente do PTB José Carlos Brack no assassinato. Uma decisão judicial autorizou acesso aos autos do MP pelo advogado de três filhos de Eliseu, Marcelo Bertolucci. Segundo ele, as novidades "surpreenderam" os clientes e a viúva de Eliseu, Denise Santos.

Ao ser questionado sobre a acusação contra um colega de partido do secretário, Bertolucci evitou expôr o sentimento dos parentes, mas ressaltou apoio total da família ao trabalho do Ministério Público - que contestou e apontou falhas no inquérito da Polícia Civil. "A família quer Justiça, e eu, na condição de assistente de acusação, vou auxiliar o MP", afirmou. O advogado revelou que há "inúmeras escutas telefônicas comprometedoras" relacionadas aos novos acusados.

"As surpresas no Caso Eliseu são diárias, mas a essência disso tudo é que a vida de Eliseu Santos foi ceifada covardemente. Não importa se são onze ou nove pessoas, mas estamos empenhados em ajudar na acusação", salientou Bertoluci. Conforme o defensor, por enquanto, a viúva e os filhos ainda não apresentam condições emocionais para se manifestar publicamente.

Em abril, oito pessoas foram indiciadas, cinco delas da quadrilha de executores, duas da empresa de vigilância Reação e outra do PTB. Na semana passada, também ingressaram na lista de acusados no processo Brack, que deixou a presidência do diretório municipal petebista em Porto Alegre, o ex-CC da sigla Cássio Abreu e o apenado Jonatan Pompeu Gomes, ex-funcionário da Reação e irmão de um dos réus pela execução. Os onze acusados ganharam prazos para encaminhar as manifestações iniciais das defesas.