“Novo cangaço” leva terror as cidades do interior do Rio Grande do Sul

“Novo cangaço” leva terror as cidades do interior do Rio Grande do Sul

Nos últimos 60 dias, seis ataque a bancos com escudos humanos foram registrados no Estado

Carmelito Bifano

Tática do ´Novo Cançago´ é usar cidadãos como escudo humano para evitar confronto com a polícia

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Assaltos como o realizado em Maximiliano de Almeida, no Norte do Rio Grande do Sul, na tarde desta quarta-feira, conhecidos como “Novo Cangaço”, onde cidadãos são feitos de escudos humanos, estão virando rotina no Estado. Nos últimos 60 dias, foram pelo menos seis ações idênticas registradas em cidades do Rio Grande do Sul.

Antes da ocorrência em Maximiliano de Almeida, o caso mais recebe ocorreu em Redentora, em 27 de janeiro. Quatro homens armados, encapuzados e carregando fuzis efetuaram pelo menos 30 disparos. Durante cerca de 15 minutos, funcionários e clientes serviram como escudo humano. Uma mulher foi vista carregando um dos malotes de dinheiro que foram roubados. O gerente do Banrisul foi levado como refém e liberado na entrada de Redentora.

No dia 17, uma quadrilha de, pelo menos, oito homens, repetiu a estratégia para explodir caixas eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil em Parobé, no Vale do Sinos. "O que verificamos é que o alvo era o Banco do Brasil, onde dois terminais foram violados e tiveram o dinheiro levado. Um terceiro equipamento ficou danificado apenas pelo resultado da explosão. Ao que tudo indica, eles ficaram em uma esquina que fica a uma quadra do banco e dispararam ao longo da via, inclusive impedindo que uma viatura da BM deixasse o batalhão para verificar o que ocorria. Eles fizeram uma linha de contenção, usando fuzis e pistolas", disse o delegado Joel Wagner, diretor da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais.

O primeiro ataque deste tipo registrado em 2017 foi no dia 9, em Putinga, no Vale do Taquari. Encapuzados, os cerca de 15 criminosos renderam vigias, funcionários e atacaram as unidades do Sicredi e do Banrisul. Durante um dos assaltos, um grupo de pessoas foi usado como escudo humano em frente ao banco para facilitar a ação. o gerente e uma funcionária de um dos bancos foram levados pelo assaltantes, mas liberados, minutos depois, no interior de Putinga.

Ataques no fim do ano passado

A última ocorrência do Novo Cangaço do ano passado foi registrada em São Sepé na véspera do Natal. Cerca de oito indivíduos chegaram no centro da cidade e fizeram um cordão humano com aproximadamente 20 pessoas que estavam nas proximidades de duas agências bancárias. Os criminosos arrombaram os locais com explosivos e levaram uma quantia não revelada de dinheiro.

Três dias antes, pelo menos, quatro homens assaltaram dois bancos em Planalto, na Zona da Produção. Segundo informações da BM, o grupo fez três pessoas reféns para fugir da cidade. Eles usaram armas longas para invadir um Banco do Brasil e um Banrisul. Na ação, colocaram pessoas na frente das agências para evitar disparos da polícia.

Exatamente há dois meses, quatro homens assaltaram da agência do Banrisul em São Valetim do Sul, no Vale do Taquari, e usaram pessoas que estavam no local como escudo humano, no caso de uma reação dos órgãos de segurança. Porém, nenhum confronto foi registrado.

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