Ofensiva contra tráfico e homicídios mira líderes de facção com base na zona Leste de Porto Alegre

Ofensiva contra tráfico e homicídios mira líderes de facção com base na zona Leste de Porto Alegre

Traficantes no sistema prisional comandavam esquema de distribuição de drogas

Marcel Horowitz

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A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil deflagrou a Operação Frater, nesta terça feira, tendo como alvo líderes de uma facção com base no bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre. Com o apoio da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, além de 18 ordens de prisão preventiva. Foram efetuadas 12 prisões, até o momento desta publicação, sendo que cinco alvos já se encontravam no sistema prisional.  

Segundo o delegado Gabriel Bicca, titular da Delegacia de Investigação de Crimes Carcerários, foi identificado que a organização criminosa mantinha um esquema de distribuição de drogas para Porto Alegre e região Metropolitana. O delegado explica que a logística do tráfico era comandada de dentro de presídios, pelos líderes da facção.

Ainda de acordo com Bicca, um dos criminosos que chefiava esse esquema comandaria o tráfico na Vila Santa Maria, no bairro Rubem Berta, na zona Norte. Somando penas por homicídio, tráfico e roubo, o investigado já foi condenado a aproximadamente 60 anos de prisão. Ele chegou a ser transferido para um presídio federal em 2020, mas retornou ao Rio Grande do Sul, onde cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). 

Mais dois investigados também cumpriam pena na Pasc mas, em 2022, foram enviados para o Sistema Federal. Um deles já chegou a constar na lista vermelha da Interpol, sendo preso no Paraguai, em 2018. O outro, seria o líder do tráfico no bairro Estância Velha, em Canoas. Todos os alvos da Operação Frater, enfatizou o delegado, respondem por envolvimento em diversos homicídios. 

"Eles se organizavam dentro do sistema prisional, então identificamos as principais engrenagens desse esquema para retirá-las da rua", afirmou Bicca. "Os investigados têm um passado de violência, pois eles conquistaram os postos [de liderança] através da prática de homicídios. Juntamos as investigações de tráfico com as de assassinato pois, de dentro dos presídios, eles tinham uma rede de tráfico que tinha os homicídios como pano de fundo", concluiu.


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