Oito celulares são apreendidos em cela de penitenciária em Canoas

Oito celulares são apreendidos em cela de penitenciária em Canoas

Aparelhos foram localizados em diligência da Operação Squadrone

Marcel Horowitz

Operação Squadrone cumpriu mandados na Pecan 2

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Oito celulares foram localizados no interior de uma cela na Penitenciária Estadual de Canoas 2 (Pecan 2), na região Metropolitana. A apreensão fez parte da Operação Squadrone, coordenada por policiais civis da 2° Delegacia de Repressão ao Narcotráfico. O mandado de busca ocorreu na sexta-feira, com apoio da Polícia Penal.

O investigado é um detento, de 29 anos, que também foi alvo de mandado de prisão preventiva. Ele soma antecedentes por tráfico de drogas, receptação de carro roubado e associação criminosa.

Ocorre que, além dele, outros sete presos também estão recolhidos na mesma cela. Em outras palavras, a suspeita é que cada detento era proprietário de um dos celulares apreendidos.

"Apesar da Operação Squadrone ter sido deflagrada na quarta-feira, deixamos para cumprir agora os mandados na Pecan 2, por questões estratégicas da investigação. Chamou atenção que foram localizados oito celulares, justamente em uma cela onde oito detentos cumprem pena. O principal investigado já estava preso, mas foi alvo de mais um mandado de prisão preventiva", afirmou o delegado Rafael Liedtke.

Vale destacar que o Complexo Prisional de Canoas tem bloqueadores de sinal telefônico. No entanto, agentes penitenciários explicam que comparsas dos apenados posicionam roteadores de internet na parte externa do local, o que por vezes possibilita o uso de celulares dentro das unidades.

Operação Squadrone

O detento em Canoas foi o 24º alvo a ter mandado de prisão efetuado na Operação Squadrone. Deflagrada na quarta-feira, com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a ofensiva ocorreu simultaneamente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Na ocasião, participaram 100 agentes gaúchos e mais 90, dos outros três estados.

De acordo com o delegado Rafael Liedtke, que comandou a investigação, os suspeitos integram grupos com base no RS e em SC. Eles teriam se unido para frear o avanço de uma terceira facção na região Sul do país.

“A ofensiva teve como alvo a coalisão entre duas das maiores facções do Sul do Brasil. Um dos motivos da união entre traficantes gaúchos e catarinenses foi contrapor uma terceira facção, que tomou conta do tráfico de drogas no Paraná. A aliança deles ocorreu como tentativa de frear o crescimento desse outro grupo na região Sul”, destacou Liedtke.

A investigação começou há 15 meses, quando foram detidos um homem catarinense e uma adolescente, do Paraná. Na ocasião, a dupla foi flagrada enquanto vendia drogas no bairro Intercap, em Porto Alegre.

Foi constatado que os dois integravam uma rede de tráfico interestadual. Segundo a polícia, o esquema consistia na associação criminosa entre duas facções, sendo uma de Santa Catarina e outra, com base no Vale do Sinos.

A suspeita é que traficantes gaúchos e catarinenses se uniram em uma espécie de consórcio, que incluía aquisição em conjunto de armas e drogas em Foz do Iguaçu, no Oeste paranaense. Eles também compartilhavam a distribuição dos ilícitos.

O lucro do tráfico era destinado para contas de empresas de fachada, localizadas no Paraná e em São Paulo. Uma casa de câmbio, em Santa Catarina, além de revendas automotivas gaúchas, também teriam sido utilizadas na lavagem de dinheiro.

A venda de cocaína e crack seria o foco dos traficantes. Em um intervalo de 15 dias, eles teriam movimentado mais de R$ 5 milhões com o comércio das drogas.

O elo entre as duas facções seria um homem apelidado ‘Pardal’, apontado como liderança do tráfico em SC. Ele foi morto a tiros durante uma briga em uma casa noturna, em Criciúma, em setembro do ano passado.


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