Operação contra execuções em São Leopoldo é deflagrada pela Polícia Civil

Operação contra execuções em São Leopoldo é deflagrada pela Polícia Civil

Mortes e tentativas de homciídios eram acompanhadas por chamadas de vídeos vindas de detentos recolhidos no sistema prisional e que integram a facção criminosa do Vale do Rio dos Sinos

Correio do Povo

Equipe tática da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) atuou em apoio à DPHPP

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A Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de São Leopoldo deflagrou ao amanhecer desta quinta-feira a operação Ultor com o objetivo de combater as execuções e tentativas ocorridas em janeiro deste ano. As mortes eram acompanhadas por chamadas de vídeos vindas de detentos recolhidos no sistema prisional e que integram a facção criminosa do Vale do Rio dos Sinos.

Na ação coordenada pela delegada Mariana Studart, cerca de 250 agentes e policiais militares cumpriram com êxito 43 ordens judiciais, sendo 31 mandados de busca e apreensão e outros 12 mandados de prisão temporária, em São Leopoldo, na Penitenciária Modulada de Montenegro e Montenegro e Penitenciária Estadual do Jacuí em Charqueadas. Armas, munições, drogas e R$ 280 mil em dinheiro foram apreendidos. A equipe tática da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil atuou junto. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) prestou apoio.

As execuções e tentativas de homicídios ocorreram sobretudo nos bairros Rio dos Sinos e Arroio da Manteiga. Um dos crimes ocorreu em 7 de janeiro. A vítima foi mantida em cárcere privado e torturada, tendo sido agredida com facadas e atingida por disparo de arma de fogo. Tudo foi transmitido em vídeo pelo telefone celular aos apenados. Após as agressões, a vítima teria sido retirada do local e deixada em um ponto de tráfico, pois ela fingiu-se morta.

Outro crime ocorreu em 19 de janeiro. A vítima foi alvejada por mais de 20 disparos de arma de fogo em frente a residência. Tratou-se uma represália pelo fato da vítima ter atingido, com uma arma de pressão, a avó de membros da organização criminosa, após discussão em um bar.

Nove dias depois, em 28 de janeiro, integrantes da facção entraram na residência da vítima e a atingiram com um disparo de arma de fogo. O corpo foi enterrado depois em um matagal. A execução foi encomendada pela própria companheira da vítima, em virtude de brigas constantes e de suposta prática de estupro por parte da vítima contra a enteada.

O diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mário Souza, avaliou que a operação foi "fundamental para causar mais um forte dano ao crime organizado". De acordo com ele, "nós estamos prendendo e responsabilizando executores, mas principalmente os mandantes, os líderes que ordenaram, autorizaram e em alguns casos patrocinaram essas execuções".

"Nós continuamos com nossas diretrizes de prender executores, principalmente mandantes para que o crime organizado sofra o prejuízo necessário para que não dê mais as ordens de execução. Esse é o nosso objetivo", adiantou o delegado Mario Souza. 

Foto: PC / Divulgação / CP


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