Operação contra facção do Vale do Rio dos Sinos mobiliza mais de 450 policiais

Operação contra facção do Vale do Rio dos Sinos mobiliza mais de 450 policiais

Houve cumprimento de 113 mandados, 36 bloqueios de contas e sequestro judicial e 19 veículos em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Parobé, Sapucaia do Sul, Porto Alegre, Gravataí, Canoas e Imbé

Correio do Povo

Ao menos 26 suspeitos já foram presos na ação

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Mais de 450 policiais civis foram mobilizados ao amanhecer desta quinta-feira na operação Concierge que foi desencadeada contra a facção criminosa sediada no Vale do Rio dos Sinos. Ao menos 26 criminosos já foram presos durante o cumprimento de 77 mandados de busca e apreensão, 36 mandados de prisões preventivas e 36 bloqueios de contas e sequestro judicial de 19 veículos. As ordens judiciais foram executadas em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Parobé, Sapucaia do Sul, Porto Alegre, Gravataí, Canoas e Imbé.

A investigação foi coordenada pela 1ª DP de São Leopoldo, sob comando da delegada Cibelle Altamiranda Savi. O trabalho policial decorre da operação Shiny Flakes, realizada em 17 de dezembro de 2021. Na ocasião, os agentes prenderam mais de 26 suspeitos em 22 mandados judiciais que tinham como alvo o comércio de drogas sintéticas. Um total de 11 indivíduos foram indiciados na época.

“A operação Concierge, deflagrada nesta manhã em dez municípios gaúchos, é mais uma demonstração de enfrentamento e repressão ao crime organizado pela Polícia Civil no Vale dos Sinos”, resumiu o diretor da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (3ª DPRM), delegado Eduardo Hartz. “Foram 15 meses de investigações e ações de inteligência que possibilitaram reunir provas robustas sobre o funcionamento de associação criminosa atuante no Vale dos Sinos”, observou.

“A investigação identificou os integrantes do grupo e individualizou condutas. Importante salientar que, além da prisão de integrantes, a investigação identificou e atacou a estrutura financeira do grupo, fator que dificulta eventual reorganização. O trabalho culmina com a operação policial desta quinta-feira”, frisou o delegado Eduardo Hartz.

A equipe da 1ª DP de São Leopoldo apurou toda a extensão do narcotráfico a partir de um telefone celular apreendido em Novo Hamburgo na ação de 2021. “Tendo em vista a descoberta de ampla rede de fornecimento de drogas, que agora já não era apenas sintética, mas de todos os gêneros, bem como ânimo associativo perene entre vários indivíduos para o comércio de entorpecentes e armas, entendeu-se por bem iniciar essa nova operação”, explicou a delegada Cibelle Altamiranda Savi.

“Considerando que o alvo, cujo telefone foi analisado, atuava na intermediação de venda de drogas e armas, recebendo percentual de lucros decorrente desse agenciamento e, portanto, funcionando como concierge do crime, veio a denominação deste novo trabalho”, emendou. Ao longo da investigação, os policiais civis identificaram “indivíduos de maior importância dentro da rede, de onde saem as instruções para os pontos de fornecimento, bem como os responsáveis pelo recebimento das quantias decorrentes de venda de drogas e reabastecimento dos pontos”.

A delegada Cibelle Altamiranda Savi revelou que a facção fazia também a negociação de armas entre eles, com fotografias de armamentos de diversos calibres. Alguns dos alvos da ação ostentavam as armas nas redes sociais. Até uma rifa de drogas sintéticas interna e com a clientela era promovida via aplicativos de mensagem.

Houve também a constatação de indícios de financiamento do narcotráfico, veículos com alto valor comercial, viagens e “vidas acima de qualquer suspeita”. Segundo a titular da 1ª DP de São Leopoldo, o concierge do tráfico e dono do telefone “orbita livremente dentre todas as esferas do grupo, indicando novos fornecedores, intermediando compra e venda de armas, entorpecentes, e pontos de venda, de tudo tirando margem de lucro”. 


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