Operação contra fraude em licitações prende empresários e procuradora de Torres

Operação contra fraude em licitações prende empresários e procuradora de Torres

Associação criminosa é investigada pela polícia desde o final de 2021

Correio do Povo

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Três empresários e uma servidora da prefeitura de Torres, no Litoral Norte, foram presos preventivamente na manhã desta terça-feira durante a operação Mar de Rosas, que investiga fraudes em licitações na região. O caso é apurado há mais de nove meses pela 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª Decor) da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, sob comando do delegado Max Otto Ritter.

Mais de 30 agentes em dez viaturas cumpriram dez mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão em residências e empresas vinculadas aos investigados, em Torres e Canoas, além de duas cautelares de afastamento de funções públicas e proibição de acesso e frequência a prédios públicos.

Segundo o delegado Max Otto Ritter, empresários do ramo de saneamento e procuradora municipal buscavam burlar certames licitatórios, por vezes esvaziando a concorrência ou criando uma falsa competição entre empresas, a fim de direcionar a licitação para empresa recém-constituída e com cujos sócios aquela servidora possuía proximidade.

“A partir das investigações, verificou-se a existência de fraudes em pelo menos duas licitações inauguradas pelo Município de Torres. Com efeito, em um dos certames, o empresário ofereceu a representante legal de concorrente a possibilidade de negociarem a licitação, a fim de que não precisassem disputar o objeto. Constatou-se, no curso das investigações policiais, que o mesmo expediente já havia sido utilizado por este empresário há alguns anos, havendo suspeitas de atuação similar no estado de Santa Catarina”, disse.

“Em outro certame, verificou-se o surgimento de nova empresa concorrente, criada apenas um mês antes do certame, para prestar o mesmo tipo de serviço, sem que tivesse a qualificação necessária para participar da disputa, havendo, neste caso, auxílio e influência diretos de procuradora municipal, seja alterando termos de referência da licitação para que a empresa recentemente criada pudesse ser vencedora do certame, seja auxiliando os seus sócios nos depoimentos prestados, interferindo diretamente, portanto, nas investigações policiais”, acrescentou o delegado Max Otto Ritter.

A prefeitura de Torres não havia se manifestado até o final da manhã.


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