Operação da Polícia Civil bloqueia R$ 81 milhões

Operação da Polícia Civil bloqueia R$ 81 milhões

Agentes deflagraram ação contra lavagem de dinheiro e organização criminosa em diferentes cidades do RS

Franceli Stefani

Nome da operação faz referência aos tentáculos dos líderes da organização em vários municípios

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Em uma ação contra lavagem de dinheiro, deflagrada na tarde desta segunda-feira, a Polícia Civil bloqueou R$ 81 milhões entre imóveis, carros e bloqueio parcial de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas. Esse foi o saldo preliminar da Operação Octopus, ocorrida em cidades do Vale do Sinos, Porto Alegre e Litoral Norte. Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em casas, comércios e empresas em Porto Alegre, Capão da Canoa, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Portão e Xangri-Lá. Os investigados exploravam jogos de azar para encobrir as atividades ilegais.

De acordo com o diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), delegado Cristiano de Castro Reschke, a Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro trabalhou durante nove meses nas investigações. “Foram feitos monitoramentos das atividades da organização criminosa. Foram quebrados os sigilos bancário, fiscal e financeiro”, detalhou. Ele salientou que foram investigadas uma série de pessoas que eram utilizadas como laranjas e empresas que serviram para lavagem de dinheiro.

O nome da investida, comandada pelo delegado Filipe Bringhenti, faz referência aos tentáculos dos líderes da organização em vários municípios. “Eles são moradores do Vale do Sinos, porém as empresas onde eles ‘esquentavam’ o dinheiro tinham ramificações no Litoral Norte”.



Os trabalhos, feitos em parceria com a Promotoria de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa do Ministério Público do RS, começaram logo após o pedido de socorro de uma jogadora, que era incapaz de parar de jogar. “Apuramos até aqui o envolvimento de 55 pessoas, entre físicas e jurídicas. Agora, nós vamos ouvir cada uma, pois elas terão que nos explicar muita coisa. Temos inúmeras provas”, acrescentou. O delegado disse que, até o momento, não pediu nenhum mandado de prisão.

Jogos de azar

A forma de atuar da quadrilha era através da exploração de jogos de azar. “Eles elegiam laranjas, conhecidos ou familiares, e constituíam empresas, muitas fictícias. Após, adquiriam bens de luxo para o seu uso”, detalhou. Entre os objetos apreendidos estavam armas, ceduleiras e diversos componentes eletrônicos. “Todas as casas eram localizadas na área central, fosse em Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo ou Portão. Os locais eram visíveis, nenhum era em região afastada”.

Bringhenti afirmou que alguns investigados atuavam na área de jogos de azar havia 10 anos. “Eles têm mais de uma casa de jogos”, ressaltou. “Todos os envolvidos são empresários de diversos ramos, desde marmoraria, restaurantes, lojas de roupas femininas, motel e concessionária de carros”, salientou o delegado. Segundo a Polícia, os nomes dos investigados não foram informados para não prejudicar as investigações.

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