Operação impede recrutamento de neonazistas no Rio Grande do Sul
Homens eram chamados para compor Batalhão Azov, que atua na guerra separatista da Ucrânia
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Na ação, os policiais civis apreenderam farto material de propaganda neonazista, além de documentos, livros, fotografias, bandeiras, mídias digitais, computadores, camisetas nas residências dos suspeitos. Todos os indivíduos já haviam sido presos ou foram alvos de processos judiciais e inquéritos da própria 1ª DP, decorrentes de atividade neonazista nos últimos 15 anos.
Um dos investigados, de 26 anos, foi encaminhado ainda na manhã de hoje à delegacia para prestar esclarecimentos. Na casa dele, os agentes encontraram 47 estojos de calibre 9mm. O homem, observou o delegado Paulo César Jardim, se apresentou como “cientista” e dominaria as técnicas de preparação de bombas. O suspeito inclusive aparece em uma foto com combatentes neonazistas ucranianos fortemente armados.
Mercenários brasileiros na Ucrânia
Jardim não descartou que, além de combaterem como mercenários na Ucrânia, os suspeitos agissem também futuramente no Rio Grande do Sul, promovendo por exemplo atentados a sinagogas e paradas livres. “Preferirmos evitar que ocorresse algo”, resumiu. A avaliação do titular da 1ª DP é de que “foi cortado o mal pela raiz”. “Através de informações obtidas há aproximadamente dez meses, chegamos à conclusão de que indivíduos do Leste Europeu, vinculados ao movimento Azov, nazista que odeia negros, judeus e homossexuais, vieram ao Brasil, especificamente ao Rio Grande do Sul”, lembrou.
O delegado revelou ainda que um italiano esteve várias vezes no Rio Grande do Sul, como Passo Fundo e Caxias do Sul, para cooptar os gaúchos. “Temos muitas fotos dele”, observou. O delegado Paulo César Jardim avaliou que a ramificação em solo gaúcho serviria para enviar guerrilheiros mercenários à Ucrânia. “Eles se preparariam aqui”, destacou. O trabalho investigativo terá prosseguimento por parte da 1ª DP de Porto Alegre, que deverá até contatar a Polícia Federal.