Operação mira grupo que usava dados de pensionistas do IPE Prev em golpes

Operação mira grupo que usava dados de pensionistas do IPE Prev em golpes

Polícia Civil realizou diligências em Porto Alegre, Gravataí e Viamão

Marcel Horowitz

Homem foi preso em flagrante durante a Operação Efêmero

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A Polícia Civil deflagrou, nesta segunda-feira, a Operação Efêmero, que visa desarticular uma associação criminosa que falsificava documentos com dados de pensionistas do IPE Prev. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, além de Gravataí e Viamão, na região Metropolitana. Um homem foi preso em flagrante por falsificação, tentativa de uso de documento público e falsa identidade.

Ocorreram diligências nas casas dos suspeitos e também no setor de Gerência de Pensões do IPE Prev, que foi alvo de buscas por causa de um ex-funcionário suspeito de vazar informações de pensionistas. Ele trabalhou temporariamente no instituto até junho de 2023, como assistente no setor. Além dele, outras sete pessoas fariam parte do grupo.

As investigações começaram há seis meses, após buscas na residência de um suspeito de assassinato em Viamão. Na época, foram localizadas cópias de modelos de documentos e uma lista com nomes de diferentes pessoas. Até o momento, as apurações eram feitas pela Delegacia de Homicídios da cidade.

Após a apreensão, o alvo confessou que as réplicas eram vendidas no camelódromo, no Centro de Porto Alegre. Uma análise no celular dele encontrou diálogos com o ex-funcionário do IPE, que compartilhava os dados de pensionistas. A partir de então o caso passou ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Foi constatado que os criminosos faziam compras e contratavam empréstimos através de nomes e dados das vítimas. “Os espelhos dos documentos falsificados eram adquiridos, segundo os golpistas, no camelódromo. A partir disso, eles se utilizavam de dados de pensionistas para aplicar golpes”, afirmou o titular da Divisão de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Deic, delegado Cassiano Cabral.

O delegado conta que os documentos falsificados pelo grupo incluíam CNHs, identidades, procurações e boletos bancários. Os suspeitos vão responder por crimes contra a fé pública, estelionato e violação de sigilo funcional.

Ainda segundo Cassiano Cabral, em um dos golpes, os criminosos tentaram vender o imóvel de uma vítima em Santa Catarina. O golpe não foi concretizado porque o tabelionato desconfiou que os documentos apresentados eram falsos.

Em outro caso, os golpistas realizaram um empréstimo de R$ 30 mil em nome de um pensionista. Depois, eles enviaram um boleto falso para a vítima, que negava ter feito o contrato e autorizou a devolução do valor. O montante foi parar nas mãos do grupo, que dividiu o dinheiro entre si.


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