Operação mira tráfico em presídio de Pelotas: "detentos movimentam milhões", diz promotor

Operação mira tráfico em presídio de Pelotas: "detentos movimentam milhões", diz promotor

Ministério Público investiga corrupção passiva e ativa de servidores na unidade prisional

Marcel Horowitz

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Investigações do Ministério Público do RS resultaram na Operação Caixa-Forte, deflagrada nesta sexta-feira, no Presídio Regional de Pelotas. Coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, com apoio da Polícia Penal, a ação tem como alvo uma facção que coordenava o tráfico de drogas dentro da unidade. Participaram da revista geral 22 integrantes do MPRS e 126 policiais penais.

Após investigação de três meses, foi revelado que houve o ingresso de telefones,  tráfico de drogas e corrupção de agentes públicos na casa prisional. O esquema seria controlado por uma organização criminosa que tem base no município.

A ação tem 26 alvos específicos entre apenados. Além disso, segundo o MP, os servidores que supostamente facilitaram a entrada dos ilícitos já foram identificados e terão as suas condutas apuradas.

"É muito preocupante a união entre uma organização criminosa, que tem vários de seus integrantes presos, com agentes públicos que deveriam zelar pela correta execução da pena aplicada. Eles, no entanto, agem em sentido contrário, corrompendo-se e facilitando o ingresso de celulares e drogas na casa prisional  ", destacou o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luciano Vaccaro.

O promotor de justiça Rogério Meirelles Caldas destaca que os detentos movimentaram milhões de reais com o tráfico. "A ação visou desmantelar o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro e a  corrupção ativa e passiva dentro do presídio. Encontramos um livro caixa e verificamos que, de dentro da penitenciária, eles movimentam valores na casa de milhões", afirmou.

A revista geral ocorrida hoje é a terceira ação na casa prisional nos últimos meses. Em maio deste ano, em outra operação do MPRS no local, foram apreendidos 73 celulares, 6,7 quilos de maconha e 2,1 quilos de cocaína, entre outros materiais. Já em setembro, em uma revista geral, foram localizados 20 telefones, cinco carregadores, 2,9 quilos de cocaína e quase meio quilo de maconha. O presídio tem atualmente 789 apenados.

Em ações da Polícia Penal, em 2022, foram apreendidos 69,3 quilos de maconha dentro do presídio e, desde o início deste ano, 11,1 quilos. Em relação à cocaína, foram 12,6 quilos, no ano passado, e outros 7,3 quilos em 2023. Conforme a Brigada Militar, houve mais apreensões de maconha e cocaína dentro do presídio do que na cidade.


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