Operação para derrubar estrutura criminosa do PCC cumpre 63 mandados de prisão

Operação para derrubar estrutura criminosa do PCC cumpre 63 mandados de prisão

Polícia recuperou mensagens repassadas nos presídios para organizar ação

Agência Brasil

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Sete presos foram transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e 63 mandados de prisão foram cumpridos nesta quinta-feira na Operação Echelon, feita pelas secretarias da Segurança Pública e Administração Penitenciária de São Paulo, em conjunto com o Ministério Público. O objetivo foi desestruturar a cúpula da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Também foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão.

A operação teve início há um ano com a interceptação de mensagens, o chamado “salve”, que integrantes do PCC emitiam para integrantes da facção fora do presídio. De acordo com o secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, com a transferência, em 2016, de líderes da facção para o RDD, entre eles Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a relação de poder foi substituída e novos integrantes passaram a enviar as mensagens.

Gomes explicou que foi possível recuperar as mensagens com a instalação de telas no esgoto dos presídios. “Na medida em que entrávamos com o nosso pessoal, os presos rasgavam e colocavam esses salves na privada e davam descarga. Nós simulamos um problema no esgoto na penitenciária, instalamos telas e nos dias que sabíamos que tinha mais rascunhos, que era quinta e sexta, entramos com o pessoal e esses manuscritos foram jogados fora, mas pararam nessas redes”, descreveu.

Ordem para execuções de agentes públicos

O teor das mensagens não foi divulgado, mas, entre outros comunicados, elas se referiam a ordens para execuções de agentes públicos ou inimigos da facção, rebeliões em presídios e ataques a ônibus. Na avaliação dos responsáveis pela operação, é possível que novos interlocutores sejam definidos, mas a estruturação dessa rede de comunicação leva tempo pois requer estabelecimento de relações de confiança entre os membros da facção.

O secretário de Segurança Pública, Mágino Alves, avaliou a operação como um “golpe sério e duro” ao PCC. “Desarticula essa organização criminosa e possibilita uma ação de autoridade de outros estados. Essa ação criminosa atingia outros estados da federação, então é um golpe a essa organização criminosa”, disse.

Mário Luiz Sarrubbo, subprocurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontou que “foi estancada uma importante célula da criminalidade organizada que gerava reflexos em outros estados da federação”. Ele acrescentou que o trabalho de investigação terá continuidade e que as medidas judiciais cabíveis serão solicitadas pelo MP. “O trabalho apenas se inicia”.

Das 63 prisões, 51 são de pessoas que já estão em presas e três ocorreram em flagrante. O promotor Linconl Gakiya, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, no interior paulista, explicou que, apesar de parte deles já estar presa, a decretação de prisão preventiva por organização criminosa impede que eles venham a ser libertados pelo crime anterior pelo qual estavam detidos.

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