Operação transfere sete lideranças de facção que ordenavam homicídios à Penitenciária de Canoas

Operação transfere sete lideranças de facção que ordenavam homicídios à Penitenciária de Canoas

Integrantes de grupo com base na zona Leste de Porto Alegre foram alvo da Operação Exilium

Marcel Horowitz

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Aproximadamente 74 policiais penais, militares e civis deflagraram nesta sexta-feira a Operação Exilium. A ação teve como alvo sete detentos, identificados como lideranças de uma facção. Eles são apontados como mandantes de homicídios ocorridos em Porto Alegre e na região Metropolitana. O grupo foi transferido para a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). O objetivo é impedir o contato dos mandantes com os executores.

Os nomes dos detentos não foram divulgados. O Correio do Povo apurou que o grupo inclui Jonatas de Matos Borges, que cumpria pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Augusto dos Santos Correa e Glederson da Silva Franco, que estavam na Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos, também foram transferidos. 

De acordo com o superintendente da Susepe, Mateus Schwartz , a escolha da casa prisional para onde o grupo foi enviado ocorre devido ao bloqueador de celulares. “Na Pecan os aparelhos não têm sinal. Isso vai impedir que os apenados se comuniquem com outros criminosos que estão nas ruas”, destacou.

Schwartz explica que a decisão das transferências foi tomada com base nas apurações feitas pelo Serviço de Inteligência da Polícia Penal. “Através de relatórios, conseguimos identificar os presos que ainda se mantinham ativos no crime organizado. Nosso serviço de inteligência, aliado à troca de informações com Polícia Civil e Brigada Militar, detecta o comportamento dentro do sistema e consegue prever as reações que vão ocorrer nas ruas.”

Todos os presos transferidos integram uma facção com base no bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre. A organização, no entanto, criou ramificações e também tem envolvimento em crimes nas zonas Sul e Norte, além da região Metropolitana.

O diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mario Souza, explica que as transferências ocorrem como uma primeira tentativa de conter as mortes. Caso os crimes sigam ocorrendo, o envio dos detentos ao Sistema Penitenciário Federal não é descartado.  “Essa facção tem elevado o número de crimes dolosos contra a vida nos últimos três meses, por isso os integrantes dela estão sofrendo essas medidas [transferências]”, afirmou.


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