Organizações do narcotráfico que recrutam "mulas" são alvos da Polícia Federal do Paraná

Organizações do narcotráfico que recrutam "mulas" são alvos da Polícia Federal do Paraná

Houve cumprimento de 87 ordens judiciais em Santa Catarina, Paraná e São Paulo, além de três mandados na Espanha e Portugal

Correio do Povo

Ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e sequestros de imóveis e veículos de luxo foram ainda executadas

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A Polícia Federal do Paraná deflagrou na manhã desta terça-feira a operação Duplo Risco, cujo alvo são três organizações criminosas especializadas no tráfico internacional de cocaína mediante o recrutamento de "mulas" para o transporte de drogas. Houve o cumprimento de 80 mandados de busca e apreensão e outros sete mandados de prisão preventiva em Santa Catarina, Paraná e São Paulo, além de três mandados de prisão na Espanha e Portugal.

Ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias, sequestros e apreensões de imóveis e veículos de luxo, avaliados em R$ 6 milhões, visando a descapitalização dos grupos, também foram executadas na ação, que teve apoio da Interpol, Polícia Militar do Paraná e de forças policiais espanholas, portuguesas e suíças.

A operação Duplo Risco ocorreu em Balneário Camboriú (SC), Barra Velha (SC), Curitiba (PR), São José dos Pinhais (PR), Arapongas (PR), Fazenda Rio Grande (PR), Francisco Beltrão (PR), Mandirituba (PR), Paranagua (PR), Pinhais (PR), Contenda (PR), Piraquara (PR) e Ribeirão Preto (SP). Drogas, armas, medicamentos e até animais exóticos foram apreendidos.

Durante a investigação, que começou em 2017, os agentes da Polícia Federal apuraram o modus operandi destas organizações criminosas e compreenderam o funcionamento de todas as etapas do narcotráfico, como a cooptação de “mulas” para o transporte de entorpecentes, a preparação das malas contendo as drogas, a compra de passagens e hospedagens, a orientação e os roteiros para aliciados, bem como a entrega dos entorpecentes para os traficantes no exterior.

As “mulas” são preparadas para se passarem por turistas e assim levar a droga para o exterior, em especial para a Europa, Ásia e Oriente Médio. Por vezes, as organizações criminosas convenciam os aliciados a levarem seus próprios filhos menores nestas viagens, como mais uma forma de tentar ludibriar a fiscalização.

Conforme a Polícia Federal, as “mulas” são geralmente jovens que não possuem histórico criminal e de baixa renda, sendo atraídos com promessas de lucros fáceis e exorbitantes, iludindo-os com a possibilidade de viagens à Europa com todas as despesas pagas, inclusive aquisição de vestuário para a viagem. No retorno ao país, as “mulas” traziam drogas sintéticas e corriam assim o risco de serem presas duplamente em cada viagem.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem cumulativamente chegar a 33 anos de prisão.

Foto: PF / Divulgação / CP


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