Paciente relata ter ouvido gritos de socorro durante incêndio em clínica
Fogo causou a morte de sete internos em Arroio dos Ratos
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Porfírio afirmou que o local estava cadeado e o monitor não estava no local no momento do incêndio. “Tivemos que destruir as janelas para retirar os internos. Consegui retirar uma pessoa e um colega mais dois”, ressaltou. Na unidade vivem cerca de 40 internos, todos em homens, em tratamento contra o uso de álcool e drogas.
O chefe de polícia, delegado Emerson Wendt, que esteve no centro, confitmou que o local deverá ficar interditado até esta sexta-feira para a conclusão do trabalho da perícia. “No local onde ocorreram as mortes, verificamos um ambiente fechado e janelas com grades com a clara intenção de impedir que as pessoas pudessem sair”, acrescentou.
Já o titular da Delegacia Regional de Polícia do Interior (DRPI), delegado Carlos Amodeo, informou que as vítimas estavam em uma área gradeada e, por esse motivo, não conseguiram sair do Centro de Observação. “O que chama atenção é a colocação de cadeados nas janelas. É uma coisa discutível porque, a partir da Constituição Federal de 1988, não é permitido mais a clausura para tratamento de pessoas usuárias de drogas", informou.
O titular da Delegacia de Polícia de Arroio dos Ratos, delegado Pedro Urdangarin, disse que três funcionários da CNH foram autuados em flagrante, na delegacia, pela morte dos sete pacientes durante o incêndio. Urdangarin informou que um coordenador, um supervisor e um monitor foram autuados por homicídio qualificado com dolo eventual, agravado por situação de cárcere privado e omissão de socorro.
Três pacientes foram encaminhadas para hospitais de Porto Alegre. No Pronto Socorro da Capital, um ferido estava internado na UTI de Queimados, e outros dois homens, um em estado estável e outro grave, estavam sendo atendidos no Cristo Redentor.
A direção do CNH deverá se manifestar ainda nesta sexta-feira sobre ocorrido. O diretor estava em viagem ao Uruguai e já estava em deslocamento ao Estado.