Paim divulga nota oficial sobre material nazista que o ameaçava
"Continuarei a minha luta para que todos os preconceitos e discriminações sejam eliminados em nosso país", diz o documento
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Entre o material aprendido na capital gaúcha, tinha um vídeo. Nas imagens, que se posicionam contra o sistema de cotas para negros na universidades, aparecem afro-descendentes agredindo policiais, fazendo arrastões e roubando lojas. Quase no final, aparece a pergunta: “somos nós ou nossos descendentes responsáveis por isso?”, e em seguida corta para a imagem de Paim. No final, aparece o símbolo nazista da suástica. O dono da residência, que não estava no local, terá a sua prisão preventiva pedida.
Confira a íntegra da nota
"Se eles pensam que com este movimento vão calar a minha voz no Congresso Nacional, que sempre foi e será, em defesa dos discriminados, sejam eles negros, brancos, índios, ciganos, evangélicos, católicos, de matriz africana, judeus, palestinos e daqueles que lutam pela livre orientação sexual, estão enganados. Pelo contrário. Continuarei a minha luta para que todos os preconceitos e discriminações sejam eliminados em nosso país. Se o material elaborado por essas pessoas foi feito para me intimidar ou prejudicar, isso não aconteceu, pois não me intimido e tampouco os gaúchos. Lembro que há oito anos fui eleito para o Senado com 2 milhões de votos e o povo gaúcho numa demonstração de repúdio a esse tipo de atitude neonazista me reelegeu com quase o dobro de votos, 3.9 milhões. Sou o único senador negro eleito e reeleito na história da República Brasileira. Sei das minhas responsabilidades perante este momento. É inadmissível que em pleno século 21, quando os Estados Unidos elegeram um negro presidente, a Bolívia um índio presidente e o Brasil uma mulher presidente, nós tenhamos que conviver com situações como a ocorrida hoje em Porto Alegre. Tenho absoluta certeza que atitudes como essa não são aceitas pelo povo gaúcho e brasileiro. Não vou exigir segurança pessoal como foi levantado. Pretendo sim, realizar uma audiência pública aqui no Senado no dia 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra com a presença da OAB, CNBB, Ministério da Justiça, Direitos Humanos, Movimento Negro".