Paulão sabia que cedo ou tarde seria capturado, diz delegado

Questão de tempo. O traficante Paulão já sabia que cedo ou tarde seria encontrado. Foi isso que o próprio criminoso afirmou à polícia no momento de sua prisão, na madrugada de quinta-feira, no Rio de Janeiro. Os detalhes sobre a abordagem foram revelados pelo delegado do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) Luiz Fernando Martins no programa Balanço Geral, da TV Record. Paulo Ricardo Santos da Silva, líder da quadrilha que comandava o tráfico de drogas na Vila Maria da Conceição, no bairro Partenon, usava o nome falso de Waldir Rodrigues da Silva e pessoas ligadas ao futebol e ao samba também serviram de pistas para a polícia localizá-lo, informou o delegado.

De acordo, com Martins a equipe chegou a ele seguindo o táxi ocupado por amigos do criminoso que chegaram no aeroporto do Galeão. Martins relatou também que Paulão, no último ano, havia estado em Vitória, Natal e duas vezes em Fortaleza.

No apartamento do traficante, foram encontrados recortes de jornais gaúchos com notícias relacionadas a ele. A suspeita é de que o traficante controlava a movimentação da polícia através da imprensa. O delegado disse que ele sabia por meio dos veículos do Rio Grande do Sul que era um dos criminosos mais procurados do Estado. 

Paulão atuava havia décadas na zona Leste de Porto Alegre, no comando de uma quadrilha que distribuía entorpecentes para a Capital e Região Metropolitana. Segundo a polícia, ele tinha ligação com a facção criminosa Comando Vermelho, que lhe deu proteção no Rio de Janeiro. De lá, seguia chefiando o tráfico no Partenon.

O recurso da condenação de Paulo Ricardo Santos da Silva será julgado pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado na próxima quarta-feira. O procedimento ocorrerá a partir das 14h, no Tribunal de Justiça.